ONG implementa projetos de construção de sistema de saneamento para pessoas de baixa renda. Três estados já foram atendidos e parcerias público-privada ajudam a manter iniciativa
São Paulo – No Brasil, o número de residências sem acesso a banheiro são de 1,6 milhão, isto é, se considerarmos a média de 3,5 pessoas por residência no país, são mais de 5,5 milhões de pessoas que vivem em locais sem um banheiro. Os dados do Trata Brasil divulgados em 2022 revelam a desigualdade e falta de políticas públicas para diminuir os índices. Indo na contramão dos números alarmantes, a ONG Biosanamento executa projetos de saneamento básico gratuitos para famílias de baixa renda.
Os projetos são variados e consistem na instalação de saneamento básico em comunidades urbanas e indígenas. Em mais de um ano, a ONG já construiu redes de abastecimento de água, instalou banheiro coletivo separado com esgoto tratado e colocou biodigestores (usados para o tratamento de dejetos de esgotos residenciais em pequenas comunidades).
Em São Paulo, a comunidade indígena Tekoa Pindo Mirim, instalada no território de 532 hectares, o Pico do Jaraguá, recebeu um dos projetos. A ONG Biosaneamento, em parceria com a Mosaic Fertilizantes, construiu uma cozinha com banheiro e um biodigestor que produz gás a partir do esgoto e lixo orgânico, além de um banheiro coletivo separado com esgoto tratado com um vermifiltro.
De acordo com Luiz Fazio, Presidente da ONG Biosaneamento – organização que atua na universalização do saneamento básico – levar saneamento sustentável e criar estrutura para esta comunidade em crescimento é fundamental para mantê-los prestando os serviços ambientais e preservação da sua cultura, além de ser mais do que necessário e justo.
“Ocupar uma parte da área indígena que estava desocupada é fundamental para que não seja invadida. Ao salvaguardar as terras indígenas, o Brasil reforça sua responsabilidade ambiental e social, contribuindo para a construção de uma sociedade mais inclusiva, sustentável e respeitosa com a diversidade que constitui a riqueza única do país”, destaca Luiz.
Além de São Paulo, os estados do Rio de Janeiro e Acre também receberam projetos da Biosaneamento. Mais de 10 mil pessoas foram impactadas. Além da instalação do serviço, a ONG acompanha o pós-instalação por no máximo um ano, fazendo a manutenção e orientando os moradores a entenderem os processos. Em alguns casos, órgãos públicos assumem a operação.
“E pretendemos ir além desses estados. Estamos buscando a universalização do saneamento básico do Brasil. Para isso, contamos com a apoio de órgãos públicos e parcerias privadas para implementação dos projetos”, afirma o presidente da ONG, Luiz Fázio.
Os projetos contam com parcerias público-privada. Empresas como Unipar, Amazon, Scania, Tigre já embarcaram em algumas ações. “Também temos parceria com prefeituras, secretarias e órgãos públicos, como a Sabesp, que nos convida para projetos onde ela mesma não poderia solucionar o problema encontrado e busca nossa atuação”, destaca Luiz.
A Biosaneamento também registra parcerias com organizações do terceiro setor, como a Gerando Falcões, que busca o serviço para soluções de saneamento nos projetos do Favela 3D. Além deste, também já fizemos projetos com a TETO, levando saneamento para comunidades isoladas.
Conscientização
Visando promover educação ambiental para crianças e adolescentes, a ONG Biosanemeto elaborou um projeto gratuito contendo aulas teóricas e práticas sobre a importância do saneamento básico para alunos de escolas públicas do município de Cajamar, região metropolitana de São Paulo. O objetivo é criar futuras gerações mais preocupadas e conscientes em relação às consequências de ações individuais e coletivas com o meio ambiente.
São realizadas atividades prático-pedagógicas de educação ambiental, adaptadas à realidade de cada escola. O projeto incentiva a implantação de uma horta ou jardim sensorial, para que a escola tenha um espaço pedagógico de conscientização ambiental e aproximação das crianças e adolescentes com a natureza.