Ginecologistas Alexandre Amaral e Ticiana Cabral explicam o que pode ser feito para aliviar ou melhorar os sintomas
No dia 18 de outubro é comemorado o Dia Mundial da Menopausa. A data tem como objetivo conscientizar e alertar as mulheres sobre os sintomas da menopausa que, sem os devidos cuidados e tratamentos, podem causar um impacto negativo na saúde feminina, comprometendo a rotina e o bem-estar. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), levando em conta o crescimento da expectativa de vida, que passou a ser de 73 anos, cerca de 1,2 milhões de mulheres terão 50 anos ou mais em 2030. Por esse motivo, é necessário que elas entendam essa nova fase da sua vida.
“A menopausa é caracterizada pela interrupção permanente da menstruação após 12 meses consecutivos sem menstruar a partir da última menstruação. Ou seja, a menopausa é um momento que marca o fim da vida reprodutiva da mulher e a queda significativa na produção de hormônios importantes para o bem-estar feminino. No Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a média etária de ocorrência da menopausa é de 48 anos, mas esse período pode variar dos 45 aos 55 anos”, explica o ginecologista e especialista em cirurgia minimamente invasiva Alexandre Amaral.
Os sintomas mais comuns e que chamam atenção dos especialistas são secura vaginal, ondas de calor, dores nas articulações, distúrbio do sono, cansaço, alterações no humor e irritabilidade, além de condições ocasionadas pela queda hormonal, como pontua Alexandre. “Quando a produção de estrogênio para por completo, há um efeito de longo prazo nos ossos e no coração. Os ossos podem enfraquecer, aumentando o risco de fraturas, e as mulheres podem se tornar mais vulneráveis à piora ou ao surgimento de algum evento cardiovascular”, conta Alexandre.
Para a ginecologista com olhar integrativo da saúde da mulher, Ticiana Cabral, cerca de 20% das mulheres que entrarem na menopausa serão assintomáticas e a mudança de estilo de vida para quem está perto de chegar na menopausa ajuda a encarar melhor esses indícios.
“Quando as mulheres acabam tendo sintomas que atrapalham a sua qualidade de vida, a gente estimula a mudança do estilo de vida, com a inclusão da prática de atividade física, alimentação equilibrada, cuidado com o sono e a modulação do estresse, para fazer com que ela entre na menopausa de uma forma mais confortável. Ai sim, o médico vai avaliar quais são as deficiências hormonais e as deficiências de vitaminas para fazer as suplementações corretas e indicar a terapia de reposição hormonal para quem realmente precisa e de forma adequada”, pondera Ticiana.
Vale ressaltar que a menopausa representa o fim do ciclo reprodutivo feminino, porém não o término da vida sexual feminina. Se a paciente passa a sofrer com a diminuição da libido, é importante avaliar os fatores que podem estar relacionados, destaca a especialista.
“Na menopausa, além da queda na produção de estrogênio, o corpo também para de produzir níveis adequados de progesterona e testosterona, que podem levar a perda de libido e fadiga, entre outras alterações. Então é essencial analisar os níveis hormonais dessa paciente, seus sintomas, histórico familiar e condições pré-existentes para indicar os tratamentos mais eficazes, de forma individualizada”, explica Ticiana.