Home Agronegócio Dez principais cuidados que o pecuarista deve ter com o gado leiteiro
Agronegócio

Dez principais cuidados que o pecuarista deve ter com o gado leiteiro

Envie
Dez principais cuidados que o pecuarista deve ter com o gado leiteiro
Envie

Para que o gado leiteiro alcance 100% de seu potencial genético e tenha a máxima produtividade possível, é recomendável que os pecuaristas e técnicos adotem uma série de cuidados especiais, iniciados ainda durante a gestação do bezerro. Pensando nisso, a VetBR, mais completa distribuidora de produtos para saúde animal do País, convidou um especialista para elencar algumas práticas de manejo essenciais do gado leiteiro para aliar bem-estar animal e produtividade.

Segundo Rondinele Araújo da Silva, médico veterinário e consultor de vendas da VetBR, o bem-estar de cada animal vai interferir diretamente na quantidade e na qualidade do leite ordenhado. “O gado leiteiro precisa ser muito bem tratado. O sistema nervoso da vaca tem receptores responsáveis pela quantidade de leite que vai liberar. Se ela se estressa — por exemplo, com gritos ou toques bruscos — vai liberar menos leite”, explica. “Além disso, o animal estressado libera células inflamatórias que vão diretamente para o leite e que interferem na CCS (contagem de células somáticas) e, por consequência, no preço do produto vendido”, acrescenta. 

Confira a seguir dez dicas fundamentais para garantir um rebanho saudável e produtivo.

1. Gestação

Os cuidados com o bezerro começam durante a gestação, para que nasça saudável. Um ponto importante é deixar as vacas prenhas separadas no piquete da maternidade nas últimas três semanas de gestação, perto do caseiro, com água, comida e sombra com fácil acesso. A partir daí, é necessário fazer o monitoramento para que o parto seja o mais natural possível. O acompanhamento vai influenciar diretamente na saúde do bezerro. Vale ficar atento às possíveis distocias (anormalidades de posição ou tamanho do feto) — além disso, a vaca pode não reconhecer o bezerro como filho e machucá-lo na hora do parto, por exemplo, pontos que podem prejudicar a saúde do animal na vida adulta.

2. Colostro

O colostro é um líquido espesso e amarelado, rico em anticorpos que desempenham um papel fundamental na imunidade e no desenvolvimento saudável do bezerro. É importante que seja fornecido nas primeiras horas de vida do animal, cuidado que pode evitar várias doenças. Se o animal não receber o colostro logo após o nascimento, o líquido não terá mais a mesma eficácia, já que o organismo vai deixar de identificá-lo como anticorpo. É importante sempre confirmar se o bezerro realmente mamou o colostro.

3. Cura do umbigo

Outro ponto essencial para o crescimento saudável do bezerro — e que está relacionado à produtividade do animal — é a cura do umbigo. É fundamental, após o nascimento, fazer o procedimento de maneira correta, usando concentrado de iodo. Se a secagem e a curetagem não forem feitas corretamente, o umbigo pode ficar aberto, suscetível à entrada de micro-organismos que estão no ambiente e moscas que podem levar miíases (afecções causadas pela presença de larvas),  o que pode gerar infecções e diversas complicações de saúde para o animal.

4. Dieta balanceada

Após o desmame, além do sal mineral, é necessário iniciar o fornecimento da suplementação para que o bezerro consiga atingir todo o seu potencial genético. É a nutrição adequada durante a fase de crescimento que vai fazer com que o bezerro atinja, na vida adulta, a produtividade máxima de leite. Quanto mais bem atendido em termos de suplementação nutricional, mais protegido estará o animal. A dieta balanceada inclui a suplementação mineral e vitamínica.

5. Calendário sanitário 

Além das vacinas obrigatórias que podem evitar doenças no rebanho — como raiva, brucelose e febre aftosa (em alguns estados) e os imunizantes sugeridos, como manqueira, leptospirose, IBR e BVD também —, é preciso ficar atento ao controle de endoparasitas e ectoparasitas no rebanho bovino e fazer a vermifugação correta. Focar nesse planejamento garante um animal saudável e, por consequência, o aumento na produtividade. A falta da vacinação e a aplicação incorreta dos imunizantes podem provocar queda de produtividade e disseminação de doenças no rebanho.

6. Pré-dipping

De extrema importância, o pré-dipping, procedimento de desinfecção dos tetos, é obrigatório antes da ordenha. Ele é realizado por meio da aplicação de um produto antisséptico, geralmente por imersão dos tetos, e tem como objetivo reduzir a incidência de infecções intramamárias. O procedimento auxilia também na redução de casos de mastite no rebanho. É recomendável atenção a ações preventivas para o pré-dipping, como limpeza do ambiente, utilização de luvas e manutenção contínua de equipamentos. 

7. Ordenha

O processo para a ordenha também precisa ser o mais higiênico possível — isso inclui cuidados com o ambiente, o rebanho e os equipamentos. Para garantir que o leite esteja saudável, pode ser feito o teste da caneca de fundo telado, que é a forma mais simples e eficaz para identificação de anormalidades. O técnico ou produtor deve retirar os três primeiros jatos e observar o aspecto do leite e, depois disso, seguir normalmente com a ordenha. Esse procedimento vai impactar diretamente na contagem bacteriana total, o que pode influenciar o valor da comercialização do leite. 

8. Pós-dipping

O pós-dipping é uma técnica de manejo fundamental após a ordenha, garantindo a saúde da glândula mamária e prevenindo doenças como a mastite — inflamação que, se não controlada, pode resultar em grandes prejuízos na produção. O processo consiste na imersão dos tetos em solução desinfetante glicerinada, responsável pela proteção e vedação do esfíncter do teto, impedindo o contágio dos micro-organismos causadores de doenças. Assim como no pré-dipping, é importante manter o ambiente limpo, utilizar luvas para o procedimento e fazer a manutenção contínua de equipamentos. 

9. Alimentação depois da ordenha

É muito importante fornecer alimento ao animal logo após a ordenha, para garantir que ele fique em pé por mais tempo. A ação vai reduzir a exposição do esfíncter do teto ainda aberto após a ordenha a agentes presentes no solo. 

10. Período de secagem

Após dez meses do fim da gestação, período em que a vaca continua produzindo leite, é necessário o período de secagem de 60 dias, intervalo em que ela deixa de ser ordenhada. Isso vai interferir diretamente na quantidade de leite que vai produzir na gestação seguinte. Nesse processo, o produtor pode ter dois aliados: o selante de teto, responsável por criar uma barreira contra a entrada de microrganismos causadores de mastite, e a bisnaga de mastite, antibiótico preventivo contra a doença.

Para mais informações, consulte o site da VetBR: https://www.vetbr.com.br/conteudos-tecnicos/ 

Sobre a VETBR

A VETBR é uma das maiores distribuidoras de produtos de saúde animal para os mercados agropecuário e pet do Brasil. A companhia é investida do Aqua Capital, a maior gestora de fundos de investimento private equity especializada em agronegócio da América Latina. É reconhecida pela parceria com as principais indústrias de medicamentos veterinários e forte estrutura de vendas por canais multimarcas.

Envie
Artigo relacionado
Período de transição das vacas leiteiras impõe desafios nutricionais aos pecuaristas
Agronegócio

Período de transição das vacas leiteiras impõe desafios nutricionais aos pecuaristas

. Períodos que antecedem e sucedem o parto precisam de manejo nutricional...

O papel estratégico de assuntos regulatórios no agro
Agronegócio

O papel estratégico de assuntos regulatórios no agro

* Gabriela Uliana No setor agrícola, um dos mais importantes e regulados no...

Ferramenta digital ajuda produtor a aliar sustentabilidade a rentabilidade
Agronegócio

Ferramenta digital ajuda produtor a aliar sustentabilidade a rentabilidade

Utilizando tecnologias como o SimaBio, um módulo da plataforma Sima, é possível...