Política
Deputado Júlio Lopes comenta: “mudar o cenário de violência no Rio de Janeiro é um desafio complexo”
O deputado Júlio Lopes (PP-RJ) é um gentleman na acepção da palavra, carioca da gema, fluente em francês e inglês, ele destoa de uma parte considerável dos políticos brasileiros que ainda sofrem com a língua portuguesa. Em seu 5º mandato, ele já acumula conhecimento e articulação politica para ter luz própria – uma prova disso é que, em janeiro de 2024, o parlamentar chegou a se reunir com o presidente Emmanuel Macron para tratar de um financiamento de 3 bilhões de euros para o desenvolvimento do Plano Nuclear Brasileiro – concentrado majoritariamente no seu estado, Rio de Janeiro.
Há cerca de dez dias, ele estava com a diretora global do Spotify, Sulinna Ong, estudando uma legislação eficiente que estimule (e não limite) o uso da Inteligência Artificial no Brasil – Spotify que, só em 2025, vai pagar 10 bilhões de reais em direitos autorais a músicos e compositores brasileiros.
Julio Lopes é um parlamentar conservador, sem ser necessariamente bolsonarista. Na verdade ele anterior a isso, ele foi colega de bancada de Jair Bolsonaro quando ele ainda era um parlamentar pouco conhecido, ambos federais pelo Progressistas do Rio de Janeiro. Em 2022, Lopes se elegeu com mais de 50 mil votos em coligação com o PL de Bolsonaro que também reelegeu o governador Claudio Castro, eu estive nessa batalha e agora conto essa história:
1 – Nesse ano a prefeitura do Rio celebrou o fato de que o carnaval teria gerado R$ 6,5 bilhões de receitas para o Rio de Janeiro. Dias atrás, a CNC (Confederação Nacional do Comércio) divulgou que a violência gera uma perda de 12 bilhões para a economia carioca. Como mudar esse cenário?
É triste ver esses números e os dados alarmantes que eles trazem. Mudar o cenário de violência no Rio de Janeiro é um desafio complexo que exige um esforço conjunto e contínuo do poder público, da sociedade civil e do setor privado. Ao investir em segurança pública de forma estratégica, com integração das forças de segurança, e promover o desenvolvimento social e econômico, é possível construir um futuro mais seguro para a cidade.
Uma forma de mudar esse cenário que tenho defendido, é a busca por um “Brasil Legal”, que combate a ilegalidade e a sonegação de impostos. A sonegação, subtraindo anualmente cerca de R$ 480 bilhões dos cofres públicos, representa um significativo obstáculo ao desenvolvimento nacional e uma imensa oportunidade perdida de investimento em áreas essenciais. Estou trabalhando na criação de uma Comissão Especial Mista no Congresso Nacional para discutir essa questão.
Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que as perdas tributárias decorrentes de fraudes, sonegação e inadimplências apenas no setor de combustíveis já foram estimadas em cerca de R$ 40 bilhões, comprovando que a evasão do pagamento de impostos e o descontrole da conformidade e qualidade dos combustíveis no país atingiram um nível crítico, e que o combate à pirataria é essencial. Também nesse sentido, apresentei um projeto de lei para a criação do Operador Nacional do Sistema de Combustíveis, para garantir o monitoramento do setor.
2 – A cidade do Rio de Janeiro recebeu investimentos maciços em infraestrutura na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas de 2016. A previsão era aqui com esses investimentos fosse deixado um legado entre eles a diminuição da violência urbana, o que deu errado?
Não acredito que tenha dado errado, mas, infelizmente, a luta contra a violência é um problema crônico do Rio de Janeiro e precisa de ações recorrentes para que o crime seja diariamente combatido. Nos últimos anos, o governo do Estado tem mantido o compromisso com a segurança pública também por meio de concursos recorrentes e valorização da nossa Polícia Militar, que é primordial. Os esforços são para mais presença policial, redução de criminalidade e estímulo à economia fluminense, já que a segurança é um fator essencial para atrair investimentos.
3 – Em fevereiro desse ano o Instituto TODOS PELO RIO, lançou um manifesto afirmando que a violência urbana afasta investidores e causa fuga de capitais do Rio de Janeiro, o deputado concorda com essa declaração?
Sem dúvidas, a segurança é um item fundamental para atrair investimentos para qualquer lugar. Infelizmente, o Rio de Janeiro pode ser prejudicado porque o alto índice de violência impacta na imagem e reputação da cidade, e faz com que operações custem mais caro, influenciando também o turismo e o mercado imobiliário. A busca por um ambiente de negócios mais seguro e estável certamente é um objetivo do meu mandato para atrair investimentos e gerar desenvolvimento para todo o estado do Rio de Janeiro.
4 – Ainda sobre segurança pública, recentemente, o Governo Federal emitiu declaração alegando que o PCC e o Comando Vermelho não são caracterizados como organizações terroristas. Qual é a sua visão?
Lamento profundamente essa declaração. A sociedade brasileira enfrenta um ataque frontal do crime organizado, com graves implicações na economia e, de forma alarmante, no setor de combustíveis, demandando uma investigação rigorosa e célere por parte da Polícia Federal e da Secretaria Nacional de Segurança. É inegável que facções como o PCC e o Comando Vermelho possuem uma ideologia de dominação territorial e financeira. No Rio de Janeiro, a extensão do domínio do tráfico e das milícias é alarmante, com milhares de quilômetros sob seu controle, marcados pela proliferação de barricadas e fossos incendiados com óleo diesel – táticas que, a meu ver, transcendem a criminalidade comum e configuram atos de terrorismo. O conhecimento dessa situação pelo Secretário Nacional de Segurança Pública exige medidas urgentes e eficazes. A recente barbárie no Complexo de Israel, em Cordovil, onde traficantes atacaram veículos e civis indefesos na Avenida Brasil para proteger seus membros e obstruir a ação policial, é outra manifestação de terrorismo imposta por essas organizações criminosas.
5 – O senhor também atua muito no setor nuclear, que é importante para o Brasil, mas especialmente para o Rio de Janeiro. Quais serão as próximas ações da Frente que o senhor preside?
Como Presidente da Frente Parlamentar Nuclear, tenho discutido as prioridades para o setor e posso dizer que há dezenas de PL’s ligados a energia limpa, descarbonização, mineração, resíduos e ambiente econômico em que devemos incluir o nuclear como pauta. Há uma agenda legislativa ampla e de muita importância dentro do Congresso Nacional que exige do Parlamento articulação estratégica, diálogo constante e comprometimento com os interesses da sociedade. A energia nuclear é uma fonte limpa, estável e estratégica. Ajuda a equilibrar o sistema elétrico, especialmente com o aumento da participação de renováveis intermitentes, como solar e eólica. Hoje, nosso marco legal para o setor nuclear é defasado. Precisamos de leis que permitam a entrada de novos investidores, que ampliem o uso pacífico da tecnologia e que incentivem a construção de novas usinas, com previsibilidade e agilidade. Além disso, defendo veementemente a retomada das obras de Angra 3, que podem colocar o Brasil como protagonista do setor nuclear no mundo, além de gerar renda, empregos e melhorar a economia do nosso estado.
6 – Neste ano, o senhor se tornou também presidente da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo. Como isso contribui com o trabalho que o senhor já vinha realizando e quais serão os eixos de atuação do colegiado?
Eu acredito que nada é mais importante do que o cidadão chamar a si a responsabilidade para mudar as coisas – é sobre isso o meu mandato e é também exatamente o que a Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo está fazendo no Congresso, promovendo a boa política que vai transformar o Brasil em um país mais justo, desenvolvido e inclusivo. A nossa agenda legislativa prioriza seis grandes áreas estratégicas: Regulamentação da Reforma Tributária, Transformação Digital e Inteligência Artificial, Eficiência do Estado e fortalecimento das agências reguladoras, Segurança Pública e combate aos mercados ilegais, Nova Lei de Concessões e PPPs e a Política Nacional de Economia Circular. São, ao todo, 39 iniciativas legislativas – entre Projetos de Lei e PECs – abrangendo tópicos como economia verde, empreendedorismo, educação, infraestrutura e energia, inovação, relações trabalhistas, segurança jurídica, micro e pequenas empresas, reindustrialização, eficiência na gestão pública e transformação digital.
Por Eduardo Negrão, consultor político e escritor – @prof.eduardonegrao
Política
Lula desembarca na África do Sul para participar da Cúpula do G20
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou, nesta sexta-feira (21), a Joanesburgo, na África do Sul, para participar da Cúpula de Líderes do G20 – grupo das maiores economias do mundo. “O G20 traz em 2025 o lema Solidariedade, Igualdade e Sustentabilidade, temas de fundamental importância para o Brasil e para o Sul Global”, escreveu Lula em publicação nas redes sociais nesta manhã, ao desembarcar na capital sul-africana.

Como presidente do bloco em 2024, o Brasil tem participação destacada também nesta edição da cúpula, por integrar a “troika” ao lado da África do Sul e dos Estados Unidos, próximo país a assumir o comando do fórum. A troika é a cooperação entre a presidência atual, a anterior e a próxima do grupo para garantir a continuidade e a preparação para a cúpula.
Ao conduzir os trabalhos, a presidência sul-africana elencou quatro prioridades para as discussões: fortalecimento da resiliência e capacidade de resposta a desastres; sustentabilidade da dívida pública de países de baixa renda; financiamento para a transição energética justa; e minerais críticos como motores de desenvolvimento e crescimento econômico.
O G20 é o principal órgão para cooperação econômica internacional, criado em 1999. A cúpula será dividida em três sessões temáticas e resultará em uma declaração de líderes. Entre os avanços, o texto vai tratar sobre os princípios que devem ser observados na extração e beneficiamento dos minerais estratégicos e terras raras.
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Outros atos da cúpula incluem a declaração dos ministros de Finanças sobre sustentabilidade da dívida e um relatório sobre melhorias nos métodos de funcionamento do G20. A presidência da África do Sul encerra o primeiro ciclo completo de presidências pelos países do grupo e manteve, por exemplo, uma prática iniciada pelo Brasil de reuniões inclusivas durante a semana de alto nível da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro, para que países não membros do G20 possam se fazer ouvir.
No sábado (22) de manhã, os líderes discutem crescimento econômico sustentável, abordam o financiamento ao desenvolvimento, comércio e dívidas públicas. À tarde, será a vez da sessão dedicada à mudança do clima, redução de riscos de desastres, segurança alimentar e transição energética. No domingo (23), a reunião terá como tema os minerais críticos, trabalho decente e inteligência artificial.
À margem da cúpula, o presidente Lula também deve manter encontros bilaterais com chefes de Estado e autoridades presentes e, no domingo, está prevista reunião entre os líderes do Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul (Ibas). A iniciativa trilateral foi desenvolvida em 2003 no intuito de promover a cooperação entre os países do Sul Global.
Moçambique
Na sequência, Lula embarca para Maputo, capital de Moçambique, onde faz uma visita de trabalho na segunda-feira (24). A viagem se insere nas comemorações de 50 anos das relações diplomáticas entre os dois países [https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2025-11/relacoes-entre-brasil-e-mocambique-fazem-50-anos-e-lula-viaja-ao-pais].
Moçambique é o maior beneficiário da cooperação brasileira com recursos da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) na África, cobrindo áreas diversificadas – saúde, agricultura, educação, formação profissional, entre outros – e envolvendo projetos estruturantes. Durante a visita, deverão ser revisitadas as cooperações em áreas como agricultura, empreendedorismo, saúde, educação e combate ao crime organizado.
Os dois países querem ainda, ampliar o comércio e os investimentos. Nesse sentido, está sendo organizado um fórum empresarial, que deve contar com a presença de 150 a 200 empresários brasileiros e moçambicanos, com painéis sobre agronegócio, indústria e inovação e saúde.
Em Maputo, Lula será recebido pelo presidente do país, Daniel Chapo. Já está prevista a assinatura de um acordo sobre cooperação entre academias diplomáticas e outros termos de cooperação técnica seguem sendo negociados.
O presidente também participa do encerramento do fórum empresarial e deve receber o título de doutor honoris causa da Universidade Pedagógica de Maputo.
A previsão é que Lula embarque de volta para o Brasil ainda na segunda-feira.
Política
Lula defende o estado do Pará após declaração de chanceler alemão
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu nesta terça-feira (18) uma declaração dada pelo primeiro-ministro alemão, Friedrich Merz, no último dia 13 de novembro, que fazia uma comparação depreciativa de Belém (PA), com Berlim, capital da Alemanha.

“Berlim não oferece para ele 10% da qualidade que oferece o estado do Pará e a cidade de Belém”, afirmou o presidente brasileiro durante a cerimônia de inauguração da Ponte que liga Xambioá (TO) a São Geraldo do Araguaia (PA).
A afirmação ocorreu depois que o chanceler alemão Merz, declarou publicamente que ninguém de sua equipe quis permanecer em Belém para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), porque Berlim é uma cidade muito bonita.
O presidente Lula lembrou em discurso que quando decidiu fazer a COP no Pará muitos reclamaram e disseram que deveria ser no Rio de Janeiro ou em São Paulo. Reclamaram de muitas coisas como o preço do refrigerante, mas nunca reclamaram do preço de uma água em um aeroporto internacional.
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Ao citar a declaração de Friedrich Merz, o presidente brasileiro reforçou que faltou conhecimento por parte dos visitantes.
“Ele, na verdade, devia ter ido em um boteco no Pará. Ele, na verdade, deveria ter dançado no Pará. Ele deveria ter provado a culinária do Pará. Porque ele ia perceber que Berlim não oferece para ele 10% da qualidade que oferece o estado do Pará, a cidade de Belém”, concluiu.
Clique aqui e veja a cobertura da TV Brasil sobre o assunto
Política
Lula pede análise responsável do PL Antifacção pelo Senado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira (19), que o Senado deve analisar o Projeto de Lei (PL) Antifacção com diálogo e responsabilidade. Em publicação nas redes sociais, Lula criticou as alterações feitas pela Câmara dos Deputados no texto enviado pelo governo que, segundo ele, enfraquecem o combate ao crime organizado.

“É importante que prevaleçam, no Senado, o diálogo e a responsabilidade na análise do projeto para que o Brasil tenha de fato instrumentos eficazes no enfrentamento às facções criminosas”, escreveu.
“Precisamos de leis firmes e seguras para combater o crime organizado. O projeto aprovado ontem pela Câmara alterou pontos centrais do PL Antifacção que nosso governo apresentou. Do jeito que está, enfraquece o combate ao crime e gera insegurança jurídica. Trocar o certo pelo duvidoso só favorece quem quer escapar da lei”, acrescentou.
Lula declarou que o governo está comprometido com o fortalecimento da Polícia Federal, a maior integração entre as forças de segurança e a ampliação do trabalho de inteligência para enfrentar facções criminosas e suas estruturas de financiamento.
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Na noite desta terça-feira (18), por 370 a 110 votos, a Câmara aprovou o texto do PL Antifacção (PL 5582/2025), que visa combater o crime organizado. Os deputados acataram o texto apresentado pelo relator, deputado Guilherme Derrite (PP-SP), que alterou trechos da proposta original encaminhada pelo Executivo. Ele apresentou, ao menos, cinco versões do relatório.
O projeto prevê penas mais duras para integrantes de facções criminosas e apreensão de bens de investigados. Entre outros temas, o texto cria, ainda, a definição de organização criminosa ultraviolenta, apesar das críticas que apontaram que a criação de um novo tipo criminal poderia gerar um caos jurídico nos processos judiciais que tendem a beneficiar os criminosos.
Hugo Motta
Após a postagem de Lula, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), também se manifestou nas redes sociais sobre a aprovação do PL, dizendo que não se pode desinformar a população “com inverdades”. Para ele, o governo optou pelo “caminho errado” na negociação do texto.
Antes da votação, os deputados governistas chegaram a solicitar que o projeto fosse retirado da pauta, pois o texto original teria sido “desconfigurado”. Mas Motta manteve a votação argumentando que o texto seria a resposta “mais dura” da história da Câmara no enfrentamento ao crime organizado.
Ele afirmou que o projeto original do governo federal trouxe pontos positivos, mas que foram necessários mais olhares de outros setores e bancadas.
“É muito grave que se tente distorcer os efeitos de um Marco Legal de Combate ao Crime Organizado cuja finalidade é reforçar a capacidade do Estado na segurança pública”, escreveu Motta, nesta quarta-feira.
“Não vamos enfrentar a violência das ruas com falsas narrativas. Precisamos estar unidos neste momento. O governo optou pelo caminho errado ao não compor essa corrente de união para combater a criminalidade”, acrescentou.
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