Estudo do Santander Brasil mostra que as debêntures incentivadas seguem como boas oportunidades de investimentos, mesmo após as restrições impostas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) em outros títulos de crédito privado como CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), LCI (Letras Financeiras Imobiliárias) e LCA (Letras Financeiras do Agronegócio).
Samuel Ferrarezi, estrategista de Investimentos do banco, comparou as taxas pagas pelos títulos do Tesouro Nacional atrelados à inflação, as NTN-Bs, com as debêntures incentivadas de janeiro de 2021 a fevereiro de 2024. E, mesmo após a resolução do CMN – que ocorreu 1º de fevereiro deste ano – o chamado spread de crédito permanece atrativo, ou seja, as debêntures incentivadas seguem atrativas para investidores. O spread de crédito é caracterizado pela diferença entre as taxas de juros dos títulos livres de risco e os corporativos, mostrando um prêmio de investimento nos títulos incentivados em relação aos públicos.
Como exemplo, Ferrarezi comparou a evolução de uma NTN-B com prazo médio de 5 anos que pagava por volta de IPCA mais 5,10% ao ano, enquanto as debêntures incentivadas com mesmo prazo médio apresentaram rendimento aproximado de IPCA mais 5,67% ao ano, com a vantagem da isenção do imposto de renda para pessoa física, o que eleva o ganho. “Dadas as projeções de mercado para esse período (duration de 5 anos), esse retorno é equivalente a aproximadamente 120% do CDI bruto”, diz o especialista.
“Dessa forma, entendemos que a alocação em crédito privado se demonstra ainda bem interessante e com boa relação risco x retorno. Além de atraentes, as debêntures são isentas de imposto de renda para pessoas físicas, há boas opções levando em consideração o risco de crédito das empresas no atual momento da seleção e nível de liquidez no mercado secundário. Mostrando uma janela de oportunidade mesmo após a resolução do CMN”, afirma Ferrarezi no estudo.
Debêntures incentivadas
As debêntures incentivadas são papeis emitidos por empresas com capital aberto, ou seja, que tenham ações negociadas na bolsa de valores. Mas diferentemente das ações, quem compra uma debênture se torna um credor da empresa e não um acionista. Essas debêntures têm este nome porque contam com incentivos fiscais para promover setores estratégicos da economia, em especial, nos segmentos ligados à infraestrutura como energia, rodovias, transportes, água, ferrovias, portos, aeroportos etc. Quem investe como pessoa física não paga Imposto de Renda, o que torna este investimento bastante atrativo.