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De questões sociais ao universo distópico: a jornada cinematográfica de Isabela Costa

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A referência da nova geração de cineastas que desafiam as convenções, explorando novas formas de contar histórias

Interessada em abordar questões reais da comunidade através de textos investigativos, Isabela Costa tomou novo sentido na vida ao descobrir o poder do cinema em criar universos distópicos que ecoam as expectativas e ansiedades das gerações mais jovens. Com uma bolsa de estudos “Lillian Disney”, Isabela mudou-se para a Califórnia para obter seu mestrado em Cinema/Vídeo no California Institute of the Arts. Durante esse período, escreveu, dirigiu, filmou e editou dois curta-metragens, aclamados em festivais nos Estados Unidos, Europa e China.

As produções  “Peixe Vivo / Living Fish” (2022) e “Eternidade em Loop / Eternity on a Loop” (2021) foram apresentadas no Lausanne Underground Film & Music Festival, Brooklyn Film Festival, Atlanta Film Festival, ARFF Berlin, Lift-Off Paris, Aesthetica Film Festival, entre muitos outros.

“Meu trabalho vive uma constante transição entre experimental e narrativo. Sinto a necessidade de me reconectar com a magia da tela grande e dos programas de TV que tanto me ajudaram durante minha adolescência e início dos vinte anos, em paralelo à minha exploração não convencional da imagem”, reflete Isabela sobre seu estilo em evolução.

Nos pequenos cinemas de rua do Rio de Janeiro, Isabela buscava escapar, ainda que  temporariamente, da realidade a fim de manter sua mente saudável. Ao descobrir que as verdadeiras transformações sociais vêm da arte, finalmente decidiu seguir o audiovisual”, relembra sua trajetória que, em alguns momentos, serve como referência às obras que roteiriza.

Para o futuro breve, Isabela Costa prepara dois curtas-metragens com roteiros de sua autoria para rodar em festivas internacionais. Ana e Oto, filmado inteiramente em 16mm no Rio de Janeiro,já concluído, revela a alienação do jovem contemporâneo carioca. Os protagonistas ou dois amigos – quase mesclados em uma só pessoa – vagam sem rumo pelo Rio de Janeiro, com o objetivo de evitar o tédio a qualquer custo. Ao mesmo tempo, a cineasta, por trás da narrativa, os trata como objeto de investigação, assim quebrando a quarta parede.

Para Isabela, Ana e Oto representam uma certa apatia e também o comodismo com relacionamentos já desgastados. “O filme manifesta também meu imenso amor pelo Rio de Janeiro, através de uma observação delicada da cidade que atravessa a cultura dos bares, transporte público, feiras de rua e outros elementos tão característicos da cidade. O filme também deixa aberta a dúvida do quanto o espaço influencia ou dita relacionamentos. Pessoalmente, este curta-metragem tenta saciar a vontade da Isabela de 19 anos de assistir um filme a la Godard ambientado no Rio de Janeiro, através da montagem anárquica e uma dupla de jovens peculiares” sugere.

Já a docuficção Somewhere Else, que está atualmente em fase de montagem, acompanha a vivência de jovens artistas em Los Angeles, com  protagonistas de diversas culturas e países, como Índia, Brasil e França. As narrativas  constroem uma rede de suporte em um país estrangeiro e dividem pensamentos sobre política, arte, família e outros  elementos estruturais da sociedade. Ao mesmo tempo, esse grupo de amigas é reimaginado através de momentos narrativos com atores que interpretam as artistas.

O filme híbrido entre documentário e ficção propõe a confiança e aliança entre mulheres como forma de criação artística e resistência. Além disso, funciona como um diálogo para jovens que vivem as dúvidas e ansiedades tão comuns no início da vida adulta.

“Pessoalmente, Somewhere Else é uma carta de gratidão às amigas que tornaram a minha experiência longe do Brasil calorosa e minha prática artística mais rica”, define a cineasta e fotógrafa Isabela Costa.

Isabela Costa representa uma nova geração de cineastas que estão desafiando as convenções e explorando novas formas de contar histórias. Sua obra, marcada por uma sensibilidade para questões sociais e uma abordagem experimental, promete continuar inspirando e provocando reflexões em um público cada vez mais diversificado e exigente.

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