O avanço acelerado da transformação digital tem impulsionado as empresas a repensarem a maneira como estruturam e mantêm sua infraestrutura de tecnologia. Dessa forma, a computação em nuvem se tornou protagonista na busca por eficiência operacional, escalabilidade e redução de custos, uma vez que trata-se de uma mudança estratégica na forma como as organizações lidam com seus ativos digitais.
De acordo com um estudo da consultoria Omdia, os investimentos globais em soluções de armazenamento e infraestrutura hospedadas na nuvem devem dobrar até 2028. Em 2023, esse mercado movimentou cerca de US$ 57 bilhões. Ainda, segundo a Canalys, os gastos com serviços em nuvem aumentaram 20% apenas em 2024, reforçando a necessidade dessa tecnologia nos negócios.
Entre os principais atrativos da nuvem está o modelo de pagamento baseado no consumo, que permite transformar custos fixos em despesas variáveis. Isso significa que as empresas pagam apenas pelos recursos que efetivamente utilizam, otimizando o orçamento de TI e eliminando gastos com infraestrutura ociosa. Essa flexibilidade tem se mostrado especialmente vantajosa em cenários de incerteza econômica, nos quais previsibilidade e controle financeiro são fundamentais.
Além da economia direta, a nuvem oferece outros benefícios significativos, como maior segurança de dados, atualizações automáticas, disponibilidade contínua e redução de riscos operacionais. Esses fatores contribuem para uma operação mais ágil, resiliente e alinhada com as exigências de um mercado altamente competitivo.
No entanto, para garantir o retorno sobre o investimento, é essencial que as empresas adotem uma abordagem estratégica no uso da nuvem. Isso inclui a escolha de arquiteturas híbridas ou multicloud, que combinam diferentes tipos e provedores de nuvem para maior flexibilidade e controle; o monitoramento constante do consumo para identificar desperdícios e oportunidades de economia; e a automação de rotinas operacionais, como o desligamento de máquinas virtuais fora do horário comercial, o que reduz o uso desnecessário de recursos.
Negociar contratos com os provedores também pode gerar ganhos expressivos, principalmente quando se opta por instâncias reservadas ou modelos de uso prolongado, que costumam oferecer tarifas mais vantajosas. Outro aspecto importante é o investimento em capacitação. Equipes bem treinadas são capazes de utilizar as ferramentas com mais eficiência, evitando erros comuns e maximizando o potencial da nuvem.
O crescimento dos investimentos nesse setor indica que a migração para a nuvem não é mais uma questão de “se”, mas de “como”. Adotar a nuvem, no entanto, não significa apenas transferir dados e sistemas para um ambiente digital. O verdadeiro diferencial está na forma como essa tecnologia é utilizada. Empresas que souberem extrair o máximo de valor da nuvem, por meio de estratégias bem definidas e decisões orientadas à eficiência, estarão melhor posicionadas para inovar, crescer e competir em um mercado cada vez mais digital e dinâmico.
* Por Carlos Bastos, diretor comercial e marketing da Agora Distribuidora.