Desde a sua consagração mundial com o rei Elvis Presley na década 1950, o rock and roll influencia o jeito de vestir e a maneira de se comportar de inúmeras pessoas ao redor do mundo. Muito mais que um tipo de música, esse estilo de vida também movimenta a economia mundial, especialmente no Ocidente, onde é considerado o gênero musical mais popular.
Até mesmo no país do samba e do forró, o rock n´roll desempenha importantes papeis cultural e econômico. O sucesso de grandes festivais como o Rock in Rio e de shows nacionais e internacionais como Titãs, Cold Play, Dire Straits Legacy, Paul Di’Anno e Noturnall, Deep Purple, dentre outros, exemplificam essa relevância.
Dia de rock, bebê!
É tanto que, em 1990, o Brasil instituiu o Dia Mundial do Rock, celebrado anualmente em 13 de julho. A data remete ao festival Live Aid realizado em 1985, simultaneamente, em Londres na Inglaterra e na Filadélfia nos Estados Unidos. O evento reuniu bandas e cantores de rock em um grande manifesto de apoio à população etíope, assolada pela miséria.
Aliás, a crítica social sempre foi uma das marcas do gênero musical surgido nos Estados Unidos sob a influência da cultura negra. Não por acaso, as canções, as atitudes e o estilo de vida libertário da cultura rock influenciam o comportamento da população, especialmente a partir da juventude, e inspiram a criação de empreendimentos, produtos e bens culturais.
My Rock
Ao longo dos anos, Sergipe viu nascer pubs, festivais e lojas embalados pelo ritmo contagiante de bandas como Karne Krua, Snooze, The Baggios, Mr. Skull e Cross Road. Seja na capital ou no interior, eventos como Rock Sertão, Rock no Coreto e Carnivoria colocam a cena rock sergipana em destaque.
E foi com o coração pulsando na batida forte de The Who, Ozzy, The Cult, The Purple, U2, Iron Maiden, Silicium, Ode Night e Jack Flash que o casal Eva Catarina e Joseilton Lima decidiu transformar a paixão pelo metal, punk, gótico, dentre outras vertentes do gênero, em um empreendimento de sucesso. Há um ano, eles criaram a My Rock, loja multimarcas localizada no município de Tobias Barreto, a 132 quilômetros da capital sergipana. “Curtimos rock desde sempre e víamos a dificuldade de amigos que não tinham fácil acesso a roupas, produtos e acessórios de rock”, relata a empresária Eva Catarina.
O sucesso foi tanto que, em junho deste ano, os empresários inauguram a segunda operação da marca, desta vez, em Aracaju. No quiosque localizado no Shopping Jardins, o público de todas as idades encontra um diversificado mix de roupas, acessórios, action figures, canecas, objetos de decoração, presentes e itens colecionáveis.
“Aracaju está se tornando uma referência da cena rock no Nordeste, depois de Recife. Passamos a frente até de Salvador. O público cresce a cada dia e, no Shopping Jardins, circulam pessoas de todo Estado. Assim, podemos apresentar o rock até para quem ainda não conhece essa cultura. Muitas pessoas já ouviram as músicas, mas não sabem que são de artistas incríveis do rock”, destaca a empresária que já planeja expandir os negócios em breve, gerando emprego e renda para outras famílias.
Economia da Cultura
Dados do mais recente estudo do Observatório Itaú Cultural indicam que a economia baseada na cultura movimenta mais de 40 bilhões de dólares por ano no Brasil. Em 2020, o setor foi responsável por 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. De 2012 a 2020, a chamada Economia da Cultura e das Indústrias Criativas cresceu 78%, ou seja, 23 pontos percentuais a mais que o PIB brasileiro, que aumentou 55% no mesmo período.