Após viver uma grave crise durante a pandemia da Covi-19, o setor de eventos registra uma forte expansão no Brasil nos últimos anos. Segundo a Abrape (Associação Brasileira de Promotores de Eventos), o consumo no setor deve chegar a R$ 141,1 bilhões em 2025, um aumento de 8,4% em relação a 2024, já descontados os efeitos da inflação.
O segmento também tem mostrado sinais positivos no mercado de trabalho. A associação estima que o core business chegue a 186,8 mil empregos formais em 2025, com uma variação de 5,6% sobre o estoque de 176,9 mil trabalhadores registrados até outubro de 2024.
Além da demanda represada, esse crescimento também reflete a profissionalização das equipes de segurança que atuam em festas, shows, feiras e solenidades.
“O Brasil enfrenta desafios históricos e complexos na área de segurança pública. Por isso, cada vez mais, a decisão do público de participar ou não de um evento passa pelo nível de proteção oferecido. As pessoas buscam ambientes onde saibam que haverá planejamento, controle de acesso e resposta rápida. Segurança não é luxo — é um requisito para que o lazer, o networking e a experiência como um todo sejam realmente aproveitados”, analisa Sandro Christovam Bearare, especialista em segurança, pós-graduado em Perícias Criminais e Ciências Forenses.
Além de seguranças uniformizados e à paisana, câmeras, detectores de metais e até drones são usados em casamentos, shows, palestras e feiras. Tudo para minimizar o risco de ocorrências.
“Assim que definimos data e local, começamos a nos debruçar sobre a segurança: fluxo de entrada, saídas de emergência, planos de segurança, de evacuação, extricação emergencial e atendimentos pré-hospitalares, quando for o caso. Os bastidores da segurança e da estrutura logística devem englobar ao máximo todos os aspectos para proporcionar tranquilidade aos frequentadores”, afirma o produtor Diego Lima, que atua em shows musicais no interior de São Paulo.
Segundo o especialista, o uso da tecnologia é fundamental, mas os recursos humanos empregados na segurança seguem sendo determinantes. “A tecnologia é indispensável, mas não substitui o fator humano. Uma equipe bem treinada, selecionada com critérios claros e capaz de atuar sob pressão é fundamental para entregar um evento seguro e organizado. É essa sinergia entre tecnologia e pessoal qualificado que transforma o planejamento em prevenção real e a prevenção em um evento seguro e bem-sucedido”, completa.
Checklist essencial para contratar
Com experiência na definição de rotinas de segurança e no treinamento de profissionais que atuam no setor, Sandro Christovam Bearare explica o roteiro ideal para formar o seu time:
1. Treinamento contínuo e certificações específicas.
2. Perfil psicológico preparado para lidar com estresse.
3. Comunicação integrada com brigada de incêndio e equipe médica.
4. Integração de tecnologia + equipe
5. Equipamentos conectados a um posto de comando ativo.
6. Softwares para detectar riscos antes que virem incidentes.
7. Foco em prevenção
8. Planos de contingência e evacuação testados.
9. Erros comuns
10. Escolher apenas pelo preço.
11. Falta de briefing detalhado.
12. Ignorar postura e comunicação da equipe.