Nos dias 12 e 13 de junho a Construção Nacional do Cinquentenário da Cultura Hip-Hop virá pela terceira vez a Brasília para dialogar com o poder público brasileiro sobre projetos que combatam a pobreza e promovam a equidade racial, social e de gênero por meio de políticas públicas de educação, cultura, igualdade racial, segurança cidadã, comunicação, turismo e fortalecimento das relações interinstitucionais e exteriores entre a sociedade, o Estado brasileiro e o mundo, sob a liderança do governo do Presidente Lula.
“Os diálogos com os Três Poderes sinalizam um novo tempo. Trata-se de um pedido para que o atual governo assuma e fortaleça a nossa participação como um compromisso e uma interface real”, diz Rafa Rafuagi, uma das lideranças do movimento.
A proposta do grupo, que é uma coalizão de instituições e pessoas oriundas de periferias e favelas, é a luta contra o fascismo, supremacismo branco mundial, uma das expressões mais macabras e cruéis da emergência da extrema direita, com base popular, lamentavelmente, brasileira, e o retorno do protagonismo e reconhecimento pelo Estado de Direito das inúmeras e diversas mudanças sociais que o Hip-Hop já promoveu e ainda pode promover ao se organizar como instituições da sociedade civil ou agentes da cultura Hip-Hop, em nível nacional.
“Nossa intenção é que a partir dessa oportunidade de diálogo possamos reforçar e nos engajar cada vez mais nesse processo coletivo, premente e necessário de refundação do Brasil”, diz Cláudia Maciel, membro da Construção Nacional.
As agendas vêm ocorrendo desde fevereiro e já apresentaram propostas para os Ministérios da Igualdade Racial, Justiça e Segurança Pública, Educação e Cultura, Relações Exteriores/ Itamaraty, Cidades, Cultura, agências da ONU como UNODC, UNFPA, UNESCO, PNUD e demais órgãos como CONAB, IBRAM, EBC, IPHAN, TST, CNJ, MPT, entre outros.
Uma das reuniões mais importantes das foi com a Presidenta do STF e do CNJ, a Ministra Rosa Weber. Na ocasião, o grupo buscou apoio para nacionalizar metodologias que garantam a remissão e extinção de processo de jovens em conflito com a lei por meio do hip-hop.
Nesta terceira etapa de reuniões interministeriais, o grupo tem confirmada agendas com o Ministério das Mulheres, Direitos Humanos, Secretaria de Comunicação da Presidência da República e fará parte da programação da abertura do Edital Pontos de Memória realizado pelo IBRAM, no dia 13 de junho, a partir das 10h, no auditório Ipê Amarelo, Bloco B, Esplanada dos Ministérios.
Na oportunidade, o rapper Zuruka, integrante do grupo Rosana Bronks, irá realizar um pocket-show, a rapper Lídia Dallet cantará o Hino Nacional e o Rafa Rafuagi, também rapper, fará uma fala sobre a importância da política pública dos pontos de memória.
Outra agenda já confirmada é com o Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva. A agenda está prevista para segunda-feira, 12 de junho, pela manhã.
Projetos em tramitação
A Construção Nacional elaborou e protocolou pelo Ministério da Cultura uma proposta de decreto a ser assinada pelo Presidente Luis Inácio Lula da Silva para reconhecimento e fomento da cultura Hip-Hop.
O texto do decreto foi protocolado em 20 de março no Ministério da Cultura e será analisado pelos Ministérios da Educação e Cultura, Igualdade Racial e Casa Civil para ser entregue para assinatura. A data proposta pela Construção Nacional para a cerimônia é de 11 de agosto, data que se comemora mundialmente a Cultura Hip-Hop.
Segundo Márcio Tavares, Secretário-executivo do Ministério da Cultura, o grupo entregou mais do que uma proposta de decreto.
“Vocês entregaram uma Constituição da Cultura Hip-Hop. O texto é está completo”, disse.
Próximos passos
Além do decreto, o grupo vai entregar no dia 17 de julho ao IPHAN nas mãos do Presidente da casa, Leandro Grass, um dossiê nacional sobre as ações da Cultura Hip-Hop no Brasil a fim de conquistar o título de Patrimônio Cultural e Imaterial brasileiro.
A entrega terá um ato simbólico em que hip-hoppers de todo o Brasil e amantes da cultura seguirão até o prédio do órgão de mãos dadas para entregar o documento que foi produzido pelos agentes da cultura de cada estado com auxílio do IPHAN por meio de vídeo-oficinas.
“Nunca vimos aqui um movimento tão engajado quanto o Hip-Hop. Contem conosco”, disse Leandro Grass em reunião com integrantes do grupo no prédio do Iphan.
Crédito Fotos: Ricardo Soares Palito