A série “Bebê Rena”, que mantém o seu lugar no TOP 1 da Netflix há alguns dias, tem gerado discussões sobre saúde mental. A trama, inspirada em uma história real, narra a história de uma advogada que fica intensamente obcecada por um aspirante a comediante. O que no início parece uma relação saudável logo se transforma em um comportamento perseguidor.
“Martha, uma mulher cuja vida é dominada por pensamentos intrusivos e repetitivos sobre Donny, ilustra um caso preocupante que parece estar relacionado a um transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Esse distúrbio a leva a comportamentos de perseguição, comprometendo sua saúde mental e afetando negativamente aqueles ao seu redor”, relata Tatiane Paula, Psicóloga Clínica.
De acordo com a especialista, os sinais mais evidentes do distúrbio de Martha incluem uma obsessão constante por Donny e comportamentos compulsivos de perseguição. “Ela frequentemente tenta seguir Donny, contatá-lo repetidamente e invadir sua privacidade. Para ela, as consequências são altas, com níveis elevados de ansiedade e angústia emocional, além de dificuldades em seus relacionamentos interpessoais. Donny, por sua vez, sofre com invasões de privacidade e desconforto emocional, enfrentando até mesmo riscos à sua segurança pessoal”, afirma.
Segundo Tatiane Paula, o tratamento para casos como o de Martha geralmente envolve terapia cognitivo-comportamental (TCC) e, em alguns casos, medicação. “A TCC é fundamental para ajudar a identificar e modificar pensamentos e comportamentos disfuncionais. Ela oferece um espaço seguro para processar emoções e desenvolver resiliência emocional”, explica.
Para aqueles afetados por perseguidores, a psicóloga ressalta que estabelecer limites claros e assertivos é fundamental. Procurar apoio profissional e, se necessário, tomar medidas legais para proteger a segurança e a privacidade são passos importantes.
“É importante salientar que o distúrbio de Martha é uma condição de saúde mental que requer compaixão, compreensão e tratamento adequado. A conscientização e a educação sobre questões de saúde mental são essenciais para reduzir o estigma e garantir o acesso ao apoio necessário”, destaca a psicóloga.
“A jornada de recuperação não é linear e pode exigir tempo, paciência e apoio contínuo. No entanto, com o compromisso, o autocuidado e o bem-estar, é possível encontrar esperança e progresso rumo a uma vida mais equilibrada e satisfatória”, conclui.
Fonte
Tatiane Paula
Psicóloga Clínica
@tatianepaula.psi