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Computação quântica ganha força e pode redefinir o futuro dos dados e da tecnologia

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créditos: iStock/blackdovfx
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 Com avanços em laboratórios e investimentos bilionários, a nova geração de computadores promete acelerar descobertas em áreas como saúde, segurança e inteligência artificial, desafiando os limites da computação tradicional

Imagine resolver em poucos minutos um problema que tomaria milhares de anos para um computador comum. Parece ficção científica, mas é exatamente esse o tipo de promessa que a computação quântica carrega. Ainda longe de estar presente no nosso dia a dia, essa tecnologia começa a ganhar força em laboratórios, universidades e grandes empresas de tecnologia, com potencial para transformar profundamente a forma como lidamos com a informação.

A chave dessa mudança está nos qubits, as unidades fundamentais da computação quântica. Diferentemente dos bits tradicionais, que operam em 0 ou 1, os qubits podem estar nos dois estados ao mesmo tempo. Essa possibilidade, conhecida como superposição, combinada ao entrelaçamento quântico, permite que cálculos complexos sejam feitos de forma simultânea e exponencialmente mais rápida do que nos sistemas atuais.

Hoje, um computador convencional executa tarefas de maneira sequencial, mesmo quando equipado com processadores de última geração. Ele é eficiente para grande parte das aplicações, mas enfrenta limitações quando os problemas exigem análise de enormes volumes de dados ou simulações extremamente complexas – algo cada vez mais comum em áreas como saúde, segurança, finanças e meio ambiente.

A computação quântica surge, então, como uma espécie de “atalho tecnológico”. Segundo um relatório da McKinsey & Company, publicado em dezembro de 2023, os investimentos no setor já ultrapassam US$ 35 bilhões em todo o mundo. 

A consultoria projeta que a tecnologia pode gerar até US$ 1,3 trilhão em valor econômico global até 2035. A estimativa leva em conta uma combinação de entrevistas com especialistas da indústria, dados de mercado e revisões científicas.

Na prática, algumas aplicações já estão sendo testadas. Pesquisadores do MIT, por exemplo, conseguiram simular interações moleculares com precisão sem precedentes, usando computadores quânticos. O estudo, publicado na Nature Reviews Physics, em julho de 2023, abre caminhos para avanços significativos no desenvolvimento de medicamentos e tratamentos personalizados, algo que ainda exige grande capacidade de processamento.

Mas os impactos vão além da saúde. De acordo com o Green IT Blog, a computação quântica também pode trazer mudanças importantes na área de segurança digital. O poder de processamento dessa tecnologia poderia tanto criar novos modelos de criptografia como comprometer os sistemas atuais, baseados em algoritmos que talvez não resistam a uma máquina quântica operando em plena capacidade.

O papel do computador nesta nova era não será descartado – muito pelo contrário. Ele continuará sendo essencial para tarefas cotidianas, enquanto os sistemas quânticos atuarão em problemas de outra escala. É como se estivéssemos prestes a ter, ao nosso lado, uma nova ferramenta capaz de resolver o que antes era considerado impossível.

Ainda há desafios importantes pela frente: os qubits são instáveis, os equipamentos são caros e precisam operar em temperaturas próximas ao zero absoluto. Mesmo assim, centros de pesquisa como o IBM Quantum e o Google AI têm avançado ano a ano, aumentando a confiabilidade dos sistemas. 

Publicações recentes no Journal of Quantum Information Science apontam melhorias na correção de erros e na escalabilidade dos processadores quânticos.

Talvez não vejamos essa revolução bater à nossa porta imediatamente, mas ela já começou a se desenhar. A computação quântica representa mais do que um salto tecnológico – é um convite para repensar como a tecnologia pode ampliar os nossos limites. 

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