Home Agronegócio Como o agro vai reagir diante das mudanças climáticas?
Agronegócio

Como o agro vai reagir diante das mudanças climáticas?

Envie
Imagem Do Whatsapp De 2024 03 21 à(s) 15.21.17 88065c13
Envie

*Leandro Viegas

Hora é chuva demais, hora é seca demais. Os últimos anos para o agronegócio brasileiro tem sido um espelho das mudanças climáticas as quais o mundo está passando por conta principalmente do aquecimento global. Este é um fenômeno resultante do aumento das temperaturas na terra devido à crescente concentração de gases de efeito estufa. E questões relacionadas à atividade humana e indústria, como a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento.

Imagem Do Whatsapp De 2024 03 21 à(s) 15.21.17 88065c13

Neste cenário de eventos climáticos extremos e que podem impactar significativamente a produção de alimentos, o setor está cada vez mais vigilante.  Secas prolongadas, inundações repentinas e ondas de calor intensas representam apenas algumas das ameaças que os agricultores podem ter que enfrentar cada vez mais daqui para a frente. Prova disso, por exemplo, é que de acordo com estudo publicado na revista Nature Climate Change, aproximadamente 28% das áreas agricultáveis do Centro-Oeste brasileiro deixaram de estar no padrão climático ideal para o plantio de soja e milho, e projeta-se que, se não forem adotadas medidas sustentáveis, esse número chegue a 50% até 2030 e 74% em 2060.

O ano de 2023 e o início de 2024 têm revelado exatamente isso. As secas, por exemplo, causaram sérios prejuízos ao crescimento das culturas e reduziram os rendimentos das colheitas na região central do País. Agricultores em áreas propensas à seca muitas vezes enfrentam desafios adicionais na gestão dos recursos hídricos, buscando soluções como sistemas de irrigação mais eficientes ou o cultivo de variedades de plantas mais resistentes à situação de estresse.

Por outro lado, as inundações repentinas ocorridas no Sul resultaram em perdas catastróficas de colheitas e danos à infraestrutura agrícola. As enxurradas em campos de cultivo podem levar ainda à erosão do solo, à perda de nutrientes, prejudicando a produtividade agrícola a longo prazo.

Diante desses desafios, os agricultores estão adotando uma série de medidas para mitigar os impactos das mudanças climáticas em suas operações. Isso inclui a adoção de práticas agrícolas altamente planejadas, o investimento em tecnologias de monitoramento climático, o desenvolvimento de variedades de culturas mais resistentes como fez a Embrapa recentemente e a diversificação das atividades agrícolas para reduzir o risco.

Ou seja, ao mesmo tempo em que é castigado pelas mudanças climáticas, o agronegócio tem à frente e nas mãos da classe produtora, indústria agrícola e profissionais, uma grande oportunidade de contribuir positivamente para frear os efeitos. Vale destacar o manejo agroecológico, a rotação de culturas e sistemas agroflorestais, que não só ajudam a mitigar os impactos negativos, como também ajudam a reduzir a emissão de gases de efeito estufa.

Além disso, podemos detalhar que a adoção de novas ferramentas, como sensores, drones e análise de dados pode melhorar a eficiência no uso de recursos como água, fertilizantes e defensivos. À primeira vista isso pode ser considerado como um gasto. Mas à medida que esses reflexos climáticos vão avançando e que o produtor consegue enxergar no campo e principalmente nos resultados, isso passa a ser um investimento.

Outra frente que pode ser explorada em larga escala é a agricultura regenerativa, propõem recuperar ecossistemas, como terras degradadas por exemplo, utilizando do solo para elevar o sequestro de carbono e também devolvendo recursos como água e minerais na recuperação da biodiversidade. Essa modalidade também tem grande impacto no auxílio a diminuição dos efeitos adversos do clima.

Podemos perceber que o setor reconhece a que está comprometido em encontrar e em colocar em prática cada vez mais soluções inovadoras e sustentáveis para garantir a segurança alimentar e a resiliência do agro brasileiro. Avançar, ou não? Adotar, ou não? Investir ou não? São dúvidas que ficam. A questão é que as alterações são fatos, e o que se puder adotar para minimizar isso para a sociedade e para a atividade, sem dúvida deve passar a ser estratégia dentro das propriedades. Não é um caminho fácil, mas é necessário para que haja um equilíbrio e para que a atividade consiga ter continuidade e destacando o País como celeiro da produção mundial de alimentos.

 

*Administrador de Empresas e bacharel em Direito; CEO da Sell Agro

  P8a6443 Copiar

Envie
Artigo relacionado
Vânia Pankievicz, Sócia Fundadora Da Gogenetic E Ceo Da Gosolos
Agronegócio

GoSolos leva inovação da análise genética do solo para o 14º Congresso Brasileiro do Algodão

Durante o 14º Congresso Brasileiro do Algodão, que ocorrerá entre os dias...

Lavoura De Soja Divulgação
Agronegócio

Marcante no agro brasileiro, Stimulate consolidou o uso de biorreguladores em 17 culturas

Na década de 90, em um cenário agrícola cada vez mais desafiador,...

Captura De Tela 2024 08 21 094809
Agronegócio

Syntec do Brasil participa da Expointer 2024 com soluções eficazes para a saúde animal

Maior evento do agronegócio gaúcho começa em 24 de agosto, em Esteio...

Whatsapp Image 2024 08 21 At 07.04.42
Agronegócio

Vai ser preciso atenção a florada da soja para possíveis impactos do La Niña

Ferramentas como o uso de termorregulador da multinacional DVA, que auxilia as...

Copyright 2024 rededesitesbr. All rights reserved powered by rededesitesbr