Sem o hábito do cuidado regular com a saúde, quase 50% dos homens buscam atendimento médico apenas quando percebem que algo não está bem
No Brasil, a expectativa de vida dos homens é cerca de sete anos menor do que a das mulheres, segundo dados do IBGE. Ao mesmo tempo, cerca de 46% deles só procuram o médico quando sentem algum sintoma de que algo não vai bem. A informação é da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e evidencia a falta do hábito para o cuidado com a saúde da população masculina no país, cenário em que as empresas podem agir como aliadas para incentivar o autocuidado.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostram ainda que o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens no Brasil, com mais de 65 mil novos casos previstos para 2024. Apesar disso, o autocuidado masculino ainda é cercado por estigmas e barreiras que dificultam a busca por saúde preventiva. Para mudar esta realidade e incentivar o autocuidado, empresas podem levar a conscientização sobre o cuidado com a saúde a partir do ambiente corporativo.
Damaris Dias, gerente de Pessoas e Cultura da Gotcha e da GT7, unidade de negócios do Grupo TODOS Internacional, acredita que as empresas podem oferecer ações que reforcem e incentivem o cuidado com a saúde. “Vejo que as principais barreiras para esse cuidado com a saúde masculina estão muito relacionadas ao preconceito em relação ao autocuidado, à falta de tempo e ao medo de diagnósticos”, afirma. “As empresas podem ajudar oferecendo horários flexíveis para consultas, promovendo conscientização contínua e mostrando a importância da prevenção com dados e depoimentos”, destaca Dias. A profissional ainda diz ser essencial “reforçar para os colaboradores que cuidar da saúde não é um sinal de fraqueza, mas sim um ato de responsabilidade consigo mesmo”.
Para a gerente, algumas das ações possíveis para incentivar o autocuidado podem ser a realização de palestras com especialistas, disponibilizar materiais educativos e promover campanhas internas com check-ups médicos anuais gratuitos ou subsídios para consultas especializadas. A profissional explica que “campanhas internas, que promovem atividades físicas, como gincanas e desafios de saúde com premiações, e workshops sobre temas como culinária saudável para homens são alternativas criativas para engajar os colaboradores”.
Nesse sentido, os líderes desempenham um papel decisivo ao darem o exemplo, participando ativamente das iniciativas da empresa e incentivando suas equipes. Criar um ambiente de trabalho acolhedor, onde os homens se sintam à vontade para falar sobre suas questões de saúde e buscar ajuda, é essencial para a construção de uma cultura de cuidado.
Segundo Dias, empresas que investem na saúde de seus colaboradores podem colher frutos como aumento da produtividade, redução do absenteísmo e melhora do clima organizacional. Monitorar os resultados das ações implementadas, utilizando indicadores de saúde e bem-estar, permite avaliar a efetividade dos programas e realizar os ajustes necessários.