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Com redesenho do sistema plantio direto, produtor de Passo Fundo no Rio Grande do Sul é referência na preservação do solo

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Durante encontro que foi promovido em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), pela Associação de Conservação de Solo e Água (ACSA), agricultor gaúcho, Evandro Martins, destaque, de Passo Fundo, contou as ações de sucesso que implementou e que podem ser aplicadas em outras propriedades do Estado

Os cenários provocados pelas enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul, impactaram de sobremaneira a agricultura no estado e destruíram diversas cidades, pois as águas das chuvas não foram retidas nas cabeceiras dos rios, criando uma verdadeira avalanche por onde passou. Para evitar catástrofes futuras, a Associação de Conservação de Solo e Água – ACSA promoveram no último dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, um evento na UFRGS, para retomar o Programa Estadual de Conservação do Solo e da Água, proposto através do Decreto Estadual 52.751 de 04/12/2015.

O objetivo do evento foi reunir as instituições públicas e privadas, no mesmo ambiente, amparadas por um termo de cooperação, que viabilize estas parcerias para a atuação em conjunto. A proposta da preservação de solo e água é reter o recurso nas lavouras, através de técnicas conservacionistas, tais como: sistema plantio direto, terraços, estruturação do solo através de raízes e conservação das matas ciliares. Porém, para atingir resultados positivos é preciso envolver os agricultores para adoção destas ações dentro de sua bacia hidrográfica.

Para comprovar que essas técnicas conservacionistas funcionam, o produtor gaúcho, Evandro Martins, foi convidado e sendo um dos palestrantes no evento. Com propriedade localizada em Passo Fundo, ele é referência quando o assunto é manejo e cuidado do solo. “Um privilégio ser reconhecido como conservacionista e produtor de água, pois é fundamental desenvolver ações diante da realidade trazida pelas extremidades climáticas e pela necessidade de garantir a produção sustentável e contínua. O redesenho do sistema plantio direto é a prova disso”, disse Martins.

Desde 2017, quando recebeu o Prêmio de Agricultor Conservacionista e Produtor de Água dentro do programa estadual, como destaque de sua região, ele passou a fomentar e compartilhar as ações que realizou e deram certo em sua propriedade. Uma dessas iniciativas, como mencionado, foi o redesenho do sistema de plantio direto com semeadura em contorno, uso do sistema de terraceamento for Windows, diversificação de culturas, entre outros.

A técnica, segundo Martins, tem como objetivo reter a água colaborando com a infiltração e armazenamento, fazendo com que o recurso demore até três até cinco meses para chegar no leito da sanga ou no riacho.  Nesse projeto utilizou também plantas de serviços que são utilizadas no vazio outonal (entre a cultura de verão e a cultura de inverno) e que ajudam com a formação de raízes mais profundas e consequentemente contribuíram com a capacidade do solo de infiltrar e poder suportar as adversidades climáticas garantindo a produção sustentável continua.

Eficiência contra as enchentes

A implementação dos terraços pelos produtores no campo seguramente ajudará a drenar a água colaborando para que a mesma não chegue com força nas cidades. Quando mais propriedades conseguirem pôr em prática a técnica, certamente serão evitadas muitas enchentes nos próximos anos. “Aqui no Rio Grande do Sul, por exemplo, o Rio Jacuí que leva praticamente toda a água do Norte do Estado para o Guaíba. Se ela ficar retida no solo ao longo do caminho vai atenuar as enchentes também”, apontou o agricultor.

Além dessa técnica, outras ações podem ajudar a melhorar a qualidade do solo e a drenagem da água. Segundo o produtor, é preciso atenção com outros fatores, como por exemplo, o uso correto do solo em relação aptidão agrícola, atenção com a reserva legal e também práticas edáficas (técnicas utilizadas na agricultura e na gestão de terras para melhorar as características do solo, como sua fertilidade, estrutura e resistência à erosão).

Também se soma a essa cartilha o uso adequado de fertilizantes na linha de semeadura, atenção com a qualidade estrutural do solo, práticas vegetativas (uso do sistema de plantio direto) e a cobertura vegetal no entremeio dos cultivos comerciais. “Todas essas práticas conservacionistas são essenciais. Devido ao mal-uso da terra, cerca de 40% do solo do Rio Grande do Sul está compactado por conta da falta do manejo adequado e isso precisa mudar”, apontou o produtor.

Compromisso com a sustentabilidade

Conforme destaca Martins, é preciso uma força tarefa de todos para que estragos como ocorridos no Estado ano passado não se repitam mais. Esse precisa ser um compromisso das instituições públicas e privadas e das autoridades. Já os produtores que ainda não começaram a pôr em prática as ações de sustentabilidade, o momento é agora. “Precisamos juntos, assumir a responsabilidade em desenvolver produtos e iniciativas que expressam valores conservacionistas para virar esse jogo. Reforço aqui as 10 práticas que defendemos ligadas a esse preceito”, disse.

10 práticas conservacionistas

  1. Terraço for windows;
  2. Semeadura em contorno;
  3. Diversificação das culturas;
  4. Prática do plantas de serviço vazio outonal onde colhe e semeia;
  5. Consórcio de culturas;
  6. Presença da palhada no solo;
  7. Cuidados com as raízes e infiltração da água;
  8. Uso consciente dos fertilizantes com quantidade apenas necessária;
  9. Atenção com a ambiência;
  10. Promover matas ciliares, ter a reserva legal, e área de preservação permanente.

 

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