Nos últimos anos, a cirurgia plástica tem se transformado em uma prática voltada para a naturalidade, com resultados adequados e sutis que realçam a beleza autêntica de cada indivíduo. Essa tendência, conhecida como “cirurgia plástica minimalista” se afasta dos procedimentos mais invasivos e dramáticos do passado, com foco em ajustes delicados, porém significativos, que não alteram drasticamente a aparência.
Em vez de mudanças radicais, as pessoas estão em busca de resultados que proporcionem um rejuvenescimento gradual e harmônico, sem a necessidade de transformações muito aparentes.
Esse movimento tem se refletido em procedimentos como rinoplastias mínimas, miniliftings faciais e preenchimentos discretos. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), os procedimentos que priorizam um resultado mais natural têm experimentado um constante aumento, sendo que em 2023, 35% dos procedimentos estéticos realizados foram voltados para intervenções discretas e harmonização facial.
A rinoplastia, um dos procedimentos mais realizados no Brasil, tem se tornado cada vez mais sutil. Segundo a SBCP, aproximadamente 40% das rinoplastias realizadas atualmente são classificadas como “mínimas “, em que o cirurgião opta por mudanças discretas que não alteram drasticamente as proporções e preservam a estrutura do nariz.
O lifting facial, tradicionalmente conhecido por ser um procedimento invasivo, também tem se adaptado a essa nova demanda por naturalidade. A SBCP aponta que o número de liftings faciais realizados com técnicas minimamente invasivas aumentou em cerca de 20% nos últimos 5 anos. Uma tendência crescente na procura por resultados menos aparentes.
Ao contrário dos procedimentos clássicos, que exigiam cortes extensos e recuperação prolongada, algumas das novas abordagens utilizam técnicas rejuvenescidas e tecnologias modernas, como a introdução de fios que estimulam a produção de colágeno e microagulhamento/radiofrequência para a suavização da pele, sem a necessidade de intervenções drásticas.
Os preenchimentos faciais, realizados com substâncias como ácido hialurônico, também estão cada vez mais focados na naturalidade. “Ao invés de criar volumes exagerados, os procedimentos de preenchimento hoje em dia têm como objetivo restaurar volumes perdidos, suavizar linhas de expressão e melhorar o contorno facial de maneira discreta.
De acordo com uma pesquisa global da American Society of Plastic Surgeons (ASPS), o número de preenchimentos faciais realizados aumentou 10% em 2023, com a preferência por resultados mais sutis e personalizados. O uso moderado desses tratamentos é visto como uma alternativa para quem busca um rejuvenescimento sem perder a naturalidade, respeitando os traços e conservando a própria identidade.
A cirurgia plástica “minimalista” também se alinha a uma geração que está mais conectada e exposta nas redes sociais. O desejo de alcançar um visual mais natural e discreto é uma resposta ao excesso de imagens editadas e “perfeitas” frequentemente vistas na internet. Em vez de resultados artificiais, os pacientes buscam um realce dos seus próprios traços, um rejuvenescimento que não seja perceptível para os outros.
Em suma, as novas abordagens técnicas, que incluem rinoplastias mínimas, miniliftings faciais discretos e preenchimentos sutis, mostram que a estética atual não se resume a transformações visíveis, mas sim a uma busca por resultados harmônicos e personalizados, que respeitam a identidade de cada indivíduo.
EDUARDO SUCUPIRA – Cirurgião Plástico, realizou a sua formação no Serviço do Prof. Ivo Pitanguy(1997-1999). É Especialista e Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) e da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS). Membro internacional da American Society for Aesthetic Plastic Surgery (ASAPS). Mestre e Doutor pelo Programa de Cirurgia Translacional da Escola Paulista de Medicina pela Universidade Federal de São Paulo.