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Educação

Cerco a universidades dos EUA traz receio a pesquisadores brasileiros

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© Reuters/Yichuan Cao/Proibida reprodução/Arquivo

Estudantes e pesquisadores brasileiros que estão nos Estados Unidos ou que pretendem desenvolver pesquisas em universidades no país, principalmente nas áreas de humanidades, enfrentam um cenário de incertezas no governo de Donald Trump. Quem já está no país relata um sentimento de insegurança. Quem deseja ir cogita adiar os planos ou buscar outras alternativas.  

Desde que assumiu o governo, o presidente norte-americano tem atacado as universidades, anunciado cortes e criticado principalmente pesquisas voltadas para temas sociais. O país abriga universidades que estão entre as mais prestigiadas do mundo como Harvard, Stanford e Columbia, e os efeitos das medidas geram insegurança para pesquisadores de todo o mundo, incluindo os brasileiros.

A presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Denise Pires de Carvalho, chegou a orientar os pesquisadores que desejam ir aos EUA a ter um plano B. Segundo a Capes, ao menos 96 pesquisadores brasileiros desistiram de fazer parte do doutorado nos Estados Unidos este ano.

A Agência Brasil conversou sobre a situação atual com quatro pesquisadores brasileiros cujos estudos são voltados para os EUA .

Medo de falar português

O professor de filosofia da Universidade São João del-Rei (UFSJ) Marco Aurélio Sousa Alves está nos Estados Unidos com um bolsa de pós-doutorado na Rutgers University, em Nova Jersey. Esta não é a primeira vez que está no país: ele cursou o doutorado nos EUA, onde morou por sete anos, até 2014, quando voltou Brasil. Agora, pouco mais de dez anos depois, diz que encontrou um país muito diferente.

“Os próprios americanos, ou seja, a academia, de forma geral, se sente atacada pelo governo. As universidades estão sendo atacadas, estão cortando verbas deles”, diz.

O pesquisador conta que o estrangeiro é mais vulnerável, porque, somados ao ataque às universidades, há os ataques aos imigrantes. Nesse cenário, ele se sente inseguro até mesmo de falar português na rua.

“Tenho um receio que eu não tinha antes, de ser um estrangeiro falando uma língua latina nesse país. A sensação é de que eles querem mandar esse povo embora. Virou uma caça às bruxas”.

Dentro da universidade, no entanto, ele diz que tem recebido o melhor tratamento possível, tanto dos colegas quanto da própria instituição. “Há uma preocupação para que você não fique mal, inclusive do pessoal da administração da universidade. Eles ficam mandando e-mails sistemáticos tentando tirar dúvidas e deixar todo mundo mais confortável”.

A bolsa de Marco Aurélio tem a duração de um ano, até o final deste ano. Ele pretende concluir o trabalho. “Não estou aqui à toa. A verdade é que na minha área ─ eu estudo filosofia da mente e filosofia da consciência ─ há muitos anos, os Estados Unidos, as universidades americanas, têm os melhores pesquisadores. Boa parte da produção de melhor qualidade no mundo hoje é americana”.

Programa suspenso

O estudante de mestrado em filosofia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Victor Angelucci, planejava concorrer a uma bolsa para fazer o doutorado nos Estados Unidos a partir do próximo ano. Ele queria seguir os passos do professor Marco Aurélio, para quem, inclusive, pediu conselhos sobre o intercâmbio.

O estudante de pós-graduação procurou o Programa de Intercâmbio Educacional e Cultural do Governo dos Estados Unidos da América, representado pela Fullbright Brasil, que, até ano passado, concedeu bolsas para doutorado pleno na área na qual pesquisa. Mas, em maio, recebeu um e-mail que informava que as bolsas foram suspensas: “Não teremos mais editais para Doutorado Pleno. Recomendamos que entre em contato com a EducationUSA. Eles podem te direcionar para outras instituições que tenham programa na sua área de interesse”.

A resposta foi frustrante, pois, segundo o estudante, este era o caminho mais viável e seguro para estudar nos Estados Unidos. O programa era voltado para estudantes brasileiros e fazia uma ponte entre as universidades dos dois países. Participar de outros programas de seleção, como sugerido pela Fullbright Brasil, significa também concorrer com estudantes do mundo inteiro.

“De fato, hoje, o Estados Unidos é o país o líder em filosofia do mundo. É a área de destaque, onde estão os grandes especialistas, as pessoas que estão publicando mais, que são mais lidas. Então, é uma perda tremenda para o Brasil a extinção dessa bolsa”.

Procurado, o diretor executivo da Fullbright Brasil, Luiz Loureiro, diz que as mudanças nas ofertas de bolsas são comuns e “uma necessidade derivada da evolução do ambiente acadêmico”. Ele não mencionou nenhuma diretriz específica do governo americano e disse ainda que a organização optou por investir no doutorado sanduíche, no qual o estudante desenvolve apenas parte da pesquisa em outro país.  

“A diminuição contínua no número de candidatos qualificados para o doutorado pleno e o aumento constante de candidatos para bolsas de doutorado sanduíche motivou a suspensão do primeiro, com a consequente duplicação da oferta de bolsas do doutorado sanduíche”, afirmou.

 

Bolsa negada

O professor de direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Augusto Jobim teve a ida aos Estados Unidos como professor visitante cancelada no início deste ano. O professor pesquisa a ascensão das extrema da extrema direita e os fenômenos do fascismo no Brasil.  

Em dezembro de 2024, ele recebeu um e-mail do Programa de Intercâmbio Educacional e Cultural do Governo dos Estados Unidos da América, representado no país pela Fullbright Brasil, parabenizando pela pré-aprovação no Fullbright Award (Prêmio Fullbright). O prêmio concedia uma estadia de três meses como professor em uma universidade americana. Apesar de ser uma pré-aprovação, o e-mail, que solicitava mais informações e documentos, dizia que não haveria mais nenhuma análise quanto ao mérito das candidaturas e que se tratava, a partir de então, de uma “fase burocrática interna do programa”.

Após a posse de Trump, no entanto, em março, o professor recebeu um e-mail da Fullbright Brasil que dizia: “Em razão das novas diretrizes do Governo Americano, estamos no aguardo das diretrizes oficiais para dar continuidade ao processo”. Dias depois, veio a recusa: “Infelizmente, sua inscrição não recebeu a aprovação final do Programa Fullbright, financiado pelo governo dos EUA”.

Depois do que passou, ele concorda com a presidente da Capes. “Tem que pensar literalmente no plano B, como a Denise falou”, defende.

“Alunos meus não aplicaram para ir para os Estados Unidos no ano passado, já tendo em vista essa nova possibilidade que havia do governo Trump. Sim, a gente ponderou e não submeteu para lá. Eles foram para Reino Unido, Itália”, conta.

Pesquisa sensível

A professora de história na Universidade de Brasília (UnB) Laura de Oliveira Sangiovanni aguarda o resultado de uma bolsa de pós-doutorado para poder dar continuidade, nos Estados Unidos, à pesquisa que desenvolve. Com a pesquisa voltada para relações Brasil-Estados Unidos, ela investiga, por exemplo, como os EUA financiaram publicações anticomunistas de editoras no Brasil na Guerra Fria. Ela também estuda supostos testes americanos de arma biológica na Amazônia.

Os temas pesquisados são, como ela mesma define, sensíveis. Mesmo asism, ela já esteve nos EUA para desenvolver os estudos, em 2011 e em 2017. Agora, acredita que há ainda mais dificuldade e teme não conseguir o visto para viajar.

“Todo mundo que pesquisa essa área, mas especialmente quem pesquisa temas sensíveis, como é o meu caso, sabe que a concessão do visto não vai ser uma coisa tão simples assim”, diz. “A expectativa é ruim, não só em relação à negativa, à não concessão do visto, mas em relação a algo que eu acho que pode até ser pior ─ estamos trabalhando no campo das hipóteses ─, que é de eles concederem visto e o pesquisador passar por algum tipo de constrangimento, passar por algum tipo de constrangimento na imigração ou mesmo nos arquivos”.

Laura explica que muitos dos arquivos que precisa acessar estão disponíveis apenas presencialmente. O receio é que não consiga ter acesso a esses documentos, mesmo cumprindo todas as determinações legais e burocráticas.

“Pensando especificamente nesse campo de estudos de pesquisadores de Brasil e Estados Unidos, se a gente não consegue seguir avançando nas pesquisas sobre a presença americana no Brasil e na América Latina, sobre a relação com as ditaduras, sobre como a Guerra Fria foi experienciada na América Latina, isso representa não só um atraso, um retrocesso do ponto de vista do desenvolvimento da ciência, mas isso também nos fragiliza politicamente”, diz.

Caso seja aprovada, ela não pensa em desistir da bolsa e da ida aos Estados Unidos. Se for reprovada, Laura ressalta que, mesmo sem acesso aos arquivos norte-americanos, a pesquisa não será interrompida. Ela acredita que o momento pode, inclusive, possibilitar o uso de outras fontes, como os arquivos no Brasil e na América Latina.

“No meu caso, por exemplo, no ano passado, eu estive em Belém, eu pesquisei em vários arquivos em Belém e achei fontes muito importantes que, evidentemente, eu não encontrei e não encontraria nos Estados Unidos”, diz. “Essas barreiras prejudicam e limitam as nossas possibilidades de pesquisa, mas elas não nos interrompem e podem ter um efeito também interessante de ser observado, que é o fortalecimento das narrativas de uma perspectiva periférica”.

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Educação

Vestibular indígena da UnB encerra inscrições hoje

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© Marcelo Camargo/Agência Brasil

Termina nesta sexta-feira (7), às 18 horas (horário de Brasília), o período de inscrições para o  vestibular indígena 2026 da Universidade de Brasília (UnB).

As inscrições dos candidatos indígenas devem ser feitas exclusivamente pelo meio virtual, direto no site específico do vestibular do Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe).

O vestibular indígena é resultado de um acordo de cooperação técnica entre a UnB e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). A iniciativa tem o objetivo de promover o acesso deste público ao ensino superior.

As vagas deste processo seletivo são destinadas a quem busca o primeiro curso de graduação ou para quem nunca terminou um curso superior.

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Quem pode se inscrever

O processo seletivo é destinado a selecionar exclusivamente candidatos indígenas que tenham cursado ou estejam cursando o ensino médio integralmente em escolas da rede pública.

Nos casos de candidatos que cursaram ou cursam o ensino médio na rede privada de ensino é necessário comprovar que o estudante foi beneficiado por uma bolsa de estudos integral ou parcial de, no mínimo, 50%.

Os candidatos que necessitarem de atendimento especializado ou desejarem usar o nome social devem sinalizar as respectivas opções no momento da inscrição.

Somente será permitida uma inscrição por Cadastro de Pessoa Física (CPF). O candidato que tiver concluído curso superior não poderá participar, em hipótese alguma, do vestibular, sob pena de imediata eliminação.

Por isso, no sistema de inscrição, o candidato deverá declarar que não concluiu a graduação em uma instituição de ensino superior.

Vagas

Ao todo, são 154 vagas em mais de 40 cursos de graduação oferecidos pela UnB, no primeiro e no segundo semestres de 2026. As vagas estão distribuídas nos campi Darcy Ribeiro (Asa Norte), Ceilândia, Planaltina e Gama, todos no Distrito Federal.

Os cursos de graduação são para cursos de bacharelado e licenciaturas nos turnos diurno e noturno. Entre eles, administração; engenharias mecânica, aeroespacial, automotiva e eletrônica; nutrição; psicologia; gestão de agronegócios; e saúde coletiva.

Confira aqui a lista de cursos e as respectivas vagas oferecidas no próximo ano letivo por turno.

Seleção

A seleção para ingresso nos cursos de graduação oferecidos pela UnB abrange as seguintes fases, de responsabilidade do Cebraspe:

  • aplicação das provas objetiva e de redação em língua portuguesa, no dia 7 de dezembro, de caráter eliminatório e classificatório;
  • avaliação de documentação e entrevista pessoal, de caráter eliminatório, de 8 a 10 dezembro;

Apesar das vagas serem oferecidas no Distrito Federal, as seleções serão realizadas nas seguintes localidades: Boa Vista (RR); São Gabriel da Cachoeira (AM); Tabatinga (AM); Brasília (DF); Canarana (MT); Cabrobó (PE), na Aldeia Sabonete – Escola Estadual Indígena Capitão Dena; e São Sebastião (AL), na Aldeia Karapotó Terra Nova.

O candidato deve também enviar documentos para a homologação da inscrição e anexar uma fotografia individual, tirada até seis meses anteriores à inscrição, em que necessariamente apareça a cabeça descoberta e os ombros do candidato.

Se a fotografia não obedecer às especificações do edital, o candidato poderá passar por uma identificação especial, no dia de aplicação das provas.

 

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CurtaENEM encerra ciclo 2025 com evento no MAR

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O CurtaENEM encerra seu ciclo 2025 no Museu de Arte do Rio (MAR), no dia 08 de novembro, das 13h às 17h, com transmissão ao vivo gratuita pelo YouTube do CurtaEducação. O evento, que integra as ações do Mês da Consciência Negra, tem como tema “O Audiovisual como Ferramenta Antirracista” e reunirá professores, artistas e pesquisadores para uma tarde de formação, debate e celebração, com exibição de filmes, performances e o lançamento da nova ação: “Sua Aula no Cinema” — uma oportunidade única para educadores de todo o Brasil. O evento propõe uma reflexão sobre o papel do cinema na implementação da Lei 10.639/03, que determina o ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana nas escolas.

Mais do que um encerramento simbólico, o encontro será um espaço de troca, escuta e valorização docente que têm usado o audiovisual como instrumento pedagógico e político. Entre os convidados estão o professor e especialista em temáticas afro-diaspóricas Fábio Conceição, a poeta, compositora e atriz Carol Dall Farra e o cineasta e produtor cultural Dom Filó, fundador da CULTNE, o maior acervo virtual de cultura negra da América Latina e a mediação ficará por conta de Katia Montinelli, coordenadora pedagógica do CurtaEducação.

“Sua Aula no Cinema”: nova oportunidade para educadores
O evento também marca o lançamento oficial de uma ação inédita: “Sua Aula no Cinema”. Três professores que estiverem presentes no evento de 08 de novembro serão selecionados para ministrar suas próprias aulas em sessões de cinema, com suas turmas, ainda neste ano.

Cada educador contemplado receberá R$ 2.000,00 para planejamento, execução da aula e compartilhamento de um relato de experiência no site, tendo sua prática valorizada e colaborando com uma comunidade nacional de educadores; sessão exclusiva de cinema com transporte, pipoca e lanche para os estudantes; registro audiovisual profissional da experiência, que fará parte da série Aulas no Cinema – CurtaENEM. O prazo para envio dos planos é até 12 de novembro e mais informações no site https://curtaenem.org.br/noticias/encerramento-curtaenem-2025

“É uma oportunidade única para transformar o encerramento do ano letivo em um momento de celebração, pertencimento e reconhecimento profissional — levando os alunos para o cinema e colocando o professor no centro da cena”, comenta Katia.

Jonathan Neguebites e Vitorinha Destemida – dupla do duelo de passinho – encerram o evento e reforçam o compromisso do CurtaENEM com uma educação plural e antirracista.

Encerramento CurtaENEM 2025 – O audiovisual como ferramenta antirracista
Local: Museu de Arte do Rio (MAR) – Praça Mauá, 05 – Centro – Rio de Janeiro
Data e horário: 08 de novembro de 2025, das 13h às 17h
Transmissão ao vivo gratuita no YouTube no CurtaEducação
Convidados: Fábio Conceição, Dom Filó, Carol Dall Farra e Jonathan Neguebites e Vitorinha Destemida
Informações e inscrições: https://curtaenem.org.br/noticias/encerramento-curtaenem-2025
Gratuito
Obs: Senhas antecipadas para os inscritos no CurtaENEM ou que participaram dos eventos anteriores ou fazem parte do grupo no whattapp. E senha 30 minutos antes para os demais que queiram participar.

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Quais os temas de redação mais pesquisados no Google para o Enem 2025?

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Dados do Google Brasil indicam que temas ligados a cidadania e diversidade seguem entre os mais procurados por futuros candidatos

Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ao todo, o Enem 2025 registrou 4,81 milhões de inscritos confirmados. E à medida que a data se aproxima, cresce a mobilização entre estudantes em busca de estratégias para conquistar uma boa nota na prova.

 

De acordo com levantamento realizado pelo programa de bolsas de estudo Educa Mais, com base em dados do Google Brasil de 2025, as pesquisas por “tema de redação” tiveram um salto expressivo nas semanas que antecedem o exame, reflexo da importância que a produção textual tem no resultado final.

 

Entre os assuntos mais procurados, estão temas sociais e contemporâneos, que dialogam com as principais discussões da atualidade e costumam aparecer nas propostas do Enem. A pesquisa mostra que expressões como “redação sobre racismo” e “redação sobre saúde mental” lideram o ranking, com 5.300 e 3.000 buscas mensais, respectivamente.

 

Os temas de redação mais pesquisados em 2025

 

O levantamento do Educa Mais, feito entre janeiro e outubro de 2025, identificou os 15 tópicos mais buscados pelos estudantes que se preparam para o Enem.

 

De acordo com o professor de redação Bruno Cruz, em entrevista ao G1, esses assuntos refletem tendências sociais e educacionais, temas recorrentes na prova. “Tudo que é vivência, tudo que é debate social pode ser um recorte, pode ser um assunto trabalhado no Enem”, explica o professor, reforçando que o exame costuma abordar temas com relevância pública e potencial de reflexão cidadã.

 

Possíveis temas de redação do Enem 2025

 

Embora o tema oficial da redação só seja revelado no dia da prova, é possível identificar padrões a partir dos últimos anos. Desde 2010, o Enem tem priorizado assuntos relacionados a direitos humanos, cidadania, diversidade e inclusão.

 

Em 2023, por exemplo, o tema foi “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”, enquanto em 2022 abordou “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”.

 

Para 2025, especialistas apostam que a redação pode girar em torno de educação digital, saúde mental entre jovens, combate à desinformação ou impactos da inteligência artificial na sociedade. Esses tópicos, segundo o portal Brasil Escola, aparecem com frequência nos debates escolares e refletem desafios contemporâneos do país.

 

Como se preparar para a redação do Enem

 

A estrutura da redação do Enem exige que o estudante desenvolva um texto dissertativo-argumentativo em até 30 linhas, apresentando tese clara, argumentos consistentes e proposta de intervenção.

 

Algumas estratégias de estudo podem ajudar na preparação, como:

 

  • Ler editoriais e artigos de opinião: amplia o repertório sociocultural e ajuda a estruturar argumentos.
  • Analisar temas de anos anteriores: compreender o padrão de abordagem facilita identificar tendências.
  • Treinar com cronometragem: simular o tempo de prova contribui para o controle emocional e de ritmo.
  • Fazer um teste vocacional: entender suas áreas de interesse pode direcionar melhor o estudo e aliviar a ansiedade na escolha profissional pós-Enem.

 

O que é o teste vocacional e como pode ajudar?

 

O teste vocacional é uma ferramenta que ajuda estudantes a compreenderem melhor suas habilidades, interesses e valores profissionais. Por meio de questionários e análises de perfil, ele identifica áreas de conhecimento e possíveis carreiras que se alinham à personalidade e às aptidões do participante. 

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