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Caso Ayrton Costa expõe rigor dos EUA em imigração: nem mesmo o futebol dribla histórico criminal

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Visto negado a zagueiro do Boca Juniors evidencia política norte-americana de análise individual e mostra como a imigração qualificada vai além do talento

A menos de dois meses da estreia na Copa do Mundo de Clubes da FIFA, o Boca Juniors pode perder um de seus titulares fora das quatro linhas — não por lesão, mas por critérios migratórios. O zagueiro Ayrton Costa, de 25 anos, teve o visto de entrada nos Estados Unidos negado por duas vezes. O motivo? Está em liberdade condicional por um caso de roubo qualificado.

A recusa evidencia o rigor da política migratória americana, que considera determinados crimes como CIMT – Crimes Involving Moral Turpitude, ou crimes que envolvem “torpeza moral”. Segundo o advogado e professor Dr. Vinicius Bicalho, membro da American Immigration Lawyers Association (AILA), esses crimes incluem condutas como desonestidade, violência ou comportamento imoral intencional — como é o caso de roubos com uso de arma ou grave ameaça.

“Nos Estados Unidos, quem é condenado por um crime que envolve torpeza moral pode ser considerado inadmissível, ou seja, impedido de entrar no país. Mesmo no caso de um visto de não-imigrante, como o de Ayrton — que viajaria apenas para jogar e depois retornaria — a condenação por um roubo qualificado é suficiente para barrar a entrada”, explica Bicalho.

O especialista ressalta que há exceções legais — como quando o crime é cometido por um menor de 18 anos ou quando a pena é considerada muito leve — mas afirma que, sem um esclarecimento contundente sobre os detalhes do caso, Ayrton poderá continuar inadmissível para o sistema migratório americano.

A tentativa do Boca de reverter a situação com apoio até da FIFA mostra a dimensão do prejuízo esportivo. Mas, como reforça Bicalho, “o talento ou prestígio não substituem o histórico”. O visto não é um direito automático — é uma permissão baseada em critérios objetivos e inegociáveis, ainda mais quando envolve segurança e reputação.

O caso, apesar de isolado, serve de alerta a atletas, empresários e profissionais que pretendem atuar temporariamente nos Estados Unidos: a imigração qualificada não diz respeito apenas ao que se faz em campo, mas também ao que se carrega fora dele.

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