Bahia
Campeonato de quadrilhas promovido pelo Estado reúne 10 mil pessoas em Periperi; Cia da Ilha é a campeã
A praça da Revolução, em Periperi, foi palco do XIV Campeonato Estadual de Quadrilhas Juninas, que começou na quinta-feira (8). Patrocinada pelo Governo do Estado, por meio da Sufotur (Superintendência de Fomento ao Turismo), a competição chegou ao fim neste domingo (11), e recebeu as 10 quadrilhas do Grupo Especial para a grande final. Cerca de 10 mil pessoas lotaram a arena e viram a Cia da Ilha, de Itaparica, sagrar-se campeã pela segunda vez consecutiva.
O vice-governador e coordenador do São João da Bahia 2023, Geraldo Júnior, foi prestigiar as apresentações. “Foram quatro dias de festa, com milhares de pessoas valorizando a nossa cultura e o nosso povo, fortalecendo os festejos juninos do interior”, destacou Geraldo sobre as cidades presentes na disputa.

Segundo Carlos Brito, presidente da Federação de Quadrilhas (Febaq), a preparação dos grupos leva cerca de 10 meses e a data é muito esperada pelos integrantes e pela população de Periperi. “É muito importante ter esse espaço para que as quadrilhas continuem tendo essa visibilidade e a nossa cultura permaneça viva. Essa arena onde acontecem as apresentações só é possível graças ao patrocínio do Governo”, destacou o presidente ao ressaltar que esse ano foi lançado o primeiro edital exclusivo para quadrilhas juninas.
Para Naldo Brito, vice-presidente da vencedora Cia da Ilha, não dava para explicar a felicidade. “Foram oito meses de puro trabalho e muito esforço de cada um, incentivo dos familiares e da Prefeitura da nossa cidade. O campeonato foi mais do que merecido”, comemorou. A equipe foi premiada em todas as categorias: figurino, casal de dançarinos, casal de reis, coreografia, casal de noivos, casamento, conjunto da obra, musicalidade e marcador. “Fizemos o dever de casa direitinho”, completou Naldo.
A quadrilha Imperatriz do Forró ficou com o segundo lugar e agora, ao lado da campeã Cia da Ilha, segue para o Campeonato Nacional de Quadrilhas do Pará e para o Campeonato Regional de Quadrilhas da Globo, em Recife. As duas ganharam troféus e o 1° lugar ainda garantiu premiação em dinheiro.
Ao todo, disputaram 52 equipes, sendo 42 do Grupo de Acesso, do qual as quadrilhas Dona Fé, de São Francisco do Conde, e Fole Danado, de Pojuca, venceram e subiram para o Grupo Especial para a disputa de 2024. Participaram representantes de Irará, Catu, Vitória da Conquista, Muritiba, Itaberaba, Juazeiro, Barreiras e outros 34 municípios da Bahia.
Moradora de Periperi, a artesã Soraia Ferreira esteve presente nos quatro dias de evento e relatou que esse ano a estrutura foi surpreendente. “Para a gente que mora no Subúrbio é incrível poder participar. Eu prestigio todo ano e ainda trago a minha filha para acompanhar essa nossa cultura nordestina. Eu torço por todas as equipes, que ensaiam o ano todo para apresentar para a gente”, celebrou.
Segurança Pública
O Governo do Estado ampliou a segurança e a atuação do Corpo de Bombeiros no local durante os quatro dias de campeonato. Foram 290 policiais militares e 144 bombeiros militares na arena, instalada em Periperi. Além disso, duas ambulâncias do SAMU estavam à disposição do evento.
Confira o resultado:
Grupo Especial
1° – Cia da Ilha
2° – Imperatriz do Forró
3° – Forró do ABC
4° – Fogueira Santa
5° – Pisada do Sertão
Categorias
Casal de dançarinos – Cia da Ilha
Casal de noivos – Cia da Ilha, Pisada do Sertão, Forró do ABC
Casal de reis – Cia da Ilha
Casamento – Cia da Ilha, Imperatriz do Forró, Forró do ABC
Conjunto da obra – Cia da Ilha
Coreografia – Cia da Ilha, Imperatriz
Melhor figurino – Cia da Ilha, Fogueira Santa, Imperatriz do Forró
Melhor marcador – Cia da Ilha
Musicalidade – Cia da ilha
Repórter Milena Fahel
Bahia
Ilê Aiyê e Pagode do Muniz farão shows gratuitos na Caminhada da Consciência Negra em Sussuarana
No dia 23 de novembro, Sussuarana mais uma vez se tornará um grande cenário de celebração, memória e resistência com a realização da XXIII Caminhada da Consciência Negra. A concentração será às 9h30, na Unidade de Saúde da Família Raimundo Agripino, em Sussuarana Velha, de onde o cortejo segue em direção ao final de linha da Sussuarana Nova, reafirmando a força e o protagonismo do povo negro da comunidade.
Realizada pelo Coletivo Negritude Sussuarana, Centro de Direitos Humanos Franco Pellegrini (Cedhu) e Fundação Cultural da Bahia (Funceb), a caminhada integra a 8ª edição do Novembro das Artes Negras, da Funceb, e pretende reunir grupos culturais, sociais, religiosos, educacionais e comunitários de toda Salvador. O objetivo é transformar as ruas em um grande palco de potência cultural: um território vivo de arte, ancestralidade e celebração.
O tema deste ano, “Aquilombar-se”, convoca para o fortalecimento dos laços comunitários e para o reconhecimento da presença negra como gesto político e cultural. É um chamado à construção coletiva, à proteção e à reafirmação da identidade negra em movimento. Aquilombar-se é existir em comunidade e transformar o território em símbolo de resistência.
Além do cortejo, o evento contará com uma série de ações culturais e solidárias. Para adquirir as camisas oficiais, é necessário realizar a troca por 2 kg de alimento não perecível ou R$ 10, no CENPAH, localizado na Rua Albino Fernandes, 59C, Novo Horizonte/Sussuarana. Todos os alimentos arrecadados serão transformados em cestas básicas e distribuídos para famílias em situação de vulnerabilidade social da própria comunidade, reforçando o compromisso social da Caminhada.
Ao final do percurso, haverá uma feijoada comunitária organizada pelos integrantes da Igreja Nossa Senhora Aparecida, vendida por R$ 20 no final de linha do bairro. A partir das 13h30, em frente ao Colégio Ruth Pacheco, o público será recebido com dois grandes shows: primeiro, o samba de Mavan; em seguida, o histórico bloco afro Ilê Aiyê, trazendo a força da cultura negra baiana para o encerramento da festa.
A XXIII Caminhada da Consciência Negra em Sussuarana, neste ano, faz parte do Novembro das Artes Negras, uma iniciativa da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), entidade vinculada à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult), e conta com recursos da Política Nacional Aldir Blanc Bahia (PNAB Bahia), direcionada pelo Ministério da Cultura – Governo Federal.
Serviço
XXIII Caminhada da Consciência Negra em Sussuarana
Data: 23 de novembro (domingo)
Horário: 9h30
Local: USF Raimundo Agripino, Sussuarana Velha
Entrada gratuita
Bahia
4ª Pescaria das Mulheres movimenta a Baía de Camamu com foco em sustentabilidade e protagonismo feminino
A tranquilidade da comunidade de Ponta de Caeira, na Baía de Camamu, foi tomada por energia, alegria e celebração no último domingo, dia 2 de novembro, com a realização da 4ª Pescaria das Mulheres — um dos eventos mais aguardados da região, que une tradição, empoderamento feminino, cultura local e sustentabilidade ambiental.
As equipes de pesca feminina se reuniram para participar da competição, que já se tornou um símbolo de integração e valorização das mulheres pescadoras da Baía. Utilizando varas de pesca 100% artesanais, confeccionadas em bambu e guaiçara, as participantes competiram no formato pesque-e-solte, garantindo o menor impacto ambiental possível e reforçando o compromisso com a preservação dos recursos naturais.
Mais do que uma competição, o evento foi uma verdadeira festa da comunidade pesqueira, marcada por momentos de partilha, aprendizado e confraternização. A gastronomia local foi um dos grandes destaques: cozinheiras nativas prepararam receitas típicas com ingredientes regionais, oferecendo aos visitantes e participantes uma verdadeira imersão nos sabores e tradições da Baía de Camamu.
A programação foi extensa e envolveu atividades educativas e culturais, shows musicais, sorteios de brindes e a tradicional entrega dos troféus para o maior e o menor peixe pescados, celebrando tanto a habilidade quanto a participação de todas as mulheres envolvidas. Um dos pontos altos do evento foi a palestra “Destinação de resíduos sólidos e preservação das praias”, ministrada pela produtora cultural, jornalista e ativista ambiental Luzia Moraes, que abordou práticas de conscientização ecológica, o descarte correto de resíduos e a importância da mobilização feminina nas ações de preservação costeira. Adilândia Assis que faz parte da coordenação do projeto, também palestrou sobre a importância da preservação ambiental e da manutenção de ações como a Pescaria das Mulheres para o fortalecimento do Turismo de Base Comunitária.
A Pescaria das Mulheres nasceu de uma inspiração da empresária Úrsula Montes, após sua visita ao Hotel Fazenda Passo do Lontra, no Pantanal Sul-Mato-Grossense (MS), onde conheceu o projeto original criado pela também empresária Marju Azambuja. Tocada pela proposta, Úrsula trouxe a ideia para a Bahia e adaptou o formato à realidade e à força das mulheres da Baía de Camamu, integrando pescadoras e representantes de quatro comunidades quilombolas dos municípios de Camamu e Maraú. Desde então, o evento vem crescendo a cada edição e se firmando como referência em turismo sustentável, economia criativa e valorização da cultura tradicional.
A edição deste ano contou com apoio da Prefeitura de Camamu, Guarathon, Pousada Terra e Mar, Posto PodeCrê e A Boticário de Ubaitaba, que promoveu uma ação especial de beleza e autocuidado para as participantes, reforçando a importância de celebrar a feminilidade em todas as suas formas. A Revista Destinos acompanhou de perto toda a movimentação, registrando os momentos mais marcantes do evento, que se encerrou com emoção, música e o compromisso renovado com a preservação ambiental e o fortalecimento das mulheres da pesca.
Consolidada como um movimento de união e resistência feminina, a Pescaria das Mulheres reafirma o papel essencial das mulheres da Baía de Camamu como guardiãoas do território, da cultura e da natureza, transformando cada edição em um marco de conscientização, orgulho e celebração coletiva. Podcast edinhotaon/ Edno Mariano
Bahia
Daspu celebra 20 anos com desfile no Pelourinho e protesto contra chacina no Alemão e na Penha
Grife criada por Gabriela Leite promove Global Artivismo nesta terça
Salvador recebe nesta terça-feira, 04 de novembro, um evento que mistura moda, resistência e ativismo. A partir das 19h, o Largo Tereza Batista, no coração do Pelourinho, será palco do desfile “Memória Daspu 2.0”, que marca duas décadas de trajetória da grife Daspu. Mais do que uma celebração, o encontro reafirma o papel da moda como instrumento político e ferramenta de luta por direitos de grupos historicamente marginalizados.
A Daspu nasceu das mãos de Gabriela Leite como resposta ao estigma e à violência enfrentados pelas profissionais do sexo. Durante esses 20 anos, a marca transformou passarelas em tribunas, onde prostitutas assumem o protagonismo de suas próprias narrativas. No evento de Salvador, as “putas artivistas” participam de todas as etapas do processo criativo, da concepção das peças ao momento final da apresentação.
Moda que não se cala: protesto contra a chacina do Alemão e da Penha
Enquanto o mercado da moda permaneceu silencioso diante da chacina nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, no último dia 28 de outubro, a Daspu vai transformar a passarela em espaço de denúncia. O desfile em Salvador trará um protesto direto contra a violência que vitimou centenas de pessoas nas comunidades cariocas. A crítica também se estende ao próprio setor da moda, que historicamente se omite diante de massacres e genocídios que atingem populações negras e periféricas.
A performance no Pelourinho pretende honrar a memória das vítimas e denunciar a violência institucional que segue matando nas favelas brasileiras. A proposta do Global Artivismo coloca a moda no centro do debate sobre direitos humanos, ocupando espaços públicos com mensagens que desafiam estruturas de opressão.
Ao longo dessas duas décadas, a Daspu consolidou-se como plataforma de visibilidade para pautas urgentes. A grife funciona como canal de expressão política, permitindo que mulheres silenciadas pela hipocrisia social encontrem voz através da criação artística. Cada coleção representa um manifesto contra o preconceito e a exclusão que marcam a vida de quem trabalha na prostituição.
A conexão entre moda e ativismo ganha ainda mais força quando observamos o impacto social gerado pela marca. As participantes não são apenas modelos, mas agentes de transformação que questionam padrões morais excludentes. O trabalho da Daspu evidencia como a estética pode se tornar arma de combate ao genocídio negro, à violência de gênero e à criminalização de corpos dissidentes.
O evento em Salvador conta com a presença de importantes ativistas do Coletivo Puta Davida, organização que apoia a grife desde sua fundação. Indianarae Siqueira, figura de destaque no movimento trans brasileiro e integrante do grupo Transrevolução e da Casa NEM, estará no desfile. Também participam Naara Maritza, do coletivo Puta Davida, além de Sol e Betania Santos, todas engajadas na defesa dos direitos das prostitutas.
Vale destacar que a temática abordada pela Daspu ganhará ainda mais projeção em 2026, quando a escola de samba Porto da Pedra levar para a Marquês de Sapucaí um enredo sobre prostituição. Esse movimento representa abertura de espaço para discussões necessárias em contextos de grande visibilidade, ampliando o alcance das reivindicações defendidas pelas trabalhadoras sexuais.
O desfile no Pelourinho não se resume a uma data comemorativa. Trata-se de um grito que ecoa contra estruturas que tentam apagar vidas e histórias. A escolha do Largo Tereza Batista como palco do evento carrega simbolismo especial, considerando a importância histórica do local para a cultura afro-brasileira e para movimentos de resistência na Bahia.
A presença da Daspu em Salvador reforça o diálogo com comunidades periféricas, movimentos negros e coletivos LGBTQIAP+. O encontro estabelece pontes entre diferentes frentes de luta, mostrando que a defesa de direitos não pode ser fragmentada. A moda deixa de ser apenas estética para se tornar dispositivo de transformação social e política.
Serviço
Desfile Daspu: “Memória Daspu 2.0” – Global Artivismo 2025
Data: Terça-feira, 04 de novembro de 2025
Horário: 19h
Local: Largo Tereza Batista – Pelourinho – Salvador/BA
Entrada gratuita
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