Notícias
Campanha nacional coleta DNA de familiares de desaparecidos
Vera Lúcia Ranu é mãe de Fabiana Renata, desaparecida aos 13 anos de idade, em 1992, em São Paulo. Mais de três décadas depois, sem saber o paradeiro da filha, Vera ainda vive a angústia diária de procurá-la. Nesta terça-feira (5), como representante do Movimento Nacional de Familiares de Pessoas Desaparecidas, Vera esteve no Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), em Brasília, para participar do lançamento da terceira Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas – 2025, que vai desta terça-feira (5) a 15 de agosto.
Vera acompanhou a primeira edição da campanha, em 2021, e celebrou a iniciativa.
“Quando começou essa nova jornada, do cadastro nacional e do banco de DNA, levantou uma esperança muito grande de encontrar, principalmente, os que estão desaparecidos há muito mais tempo. Vimos a possibilidade de uma resposta”, relembrou.
Vera define que ter um familiar desaparecido é um processo longo, difícil e muito doloroso, mas que segue com sua luta.
“A gente tem seguido em frente e acreditando em todas as possibilidades”, disse Vera saudando a campanha do governo federal.
Campanha
A campanha nacional incentiva a coleta voluntária de material genético de familiares de pessoas desaparecidas para inclusão nos bancos de dados estaduais, distrital e nacional de perfis genéticos.
Nesta edição, há 334 pontos de coleta, distribuídos nas 27 unidades da federação, com peritos preparados para receber os familiares que ainda não tenham doado material genético.
Durante a cerimônia de lançamento da terceira edição da campanha, o secretário Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Mario Sarrubbo, lembrou que a mobilização tem o objetivo de resgatar a dignidade e dar uma resposta às famílias de desaparecidos.
“É um projeto que diz respeito à dignidade das famílias, porque, enquanto não resolvido o processo de desaparecimento, a dor é muito maior, é um caso que não se encerra, é uma interrogação que fica para sempre na vida das famílias e que, portanto, precisa ser respondida”, disse.
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Coleta de DNA
De acordo com o MJSP, devem doar material biológico, preferencialmente, familiares de primeiro grau da pessoa desaparecida, seguindo a ordem pai e mãe, filhos e o genitor do filho da pessoa desaparecida e irmãos. Os familiares também podem fornecer itens de uso pessoal do desaparecido, como escova de dente, além de amostras biológicas, como um dente de leite.
A diretora do Sistema Único de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Isabel Seixas de Figueiredo, explicou que o procedimento de coleta é contínuo e está disponível à população durante todo o ano nos institutos de Criminalística das polícias Civil dos estados e do Distrito Federal para identificação de pessoas desaparecidas.
“Nesses dez dias de campanha, a gente intensifica a divulgação desse serviço e a articulação interfederativa de laboratórios para ampliar a capacidade total de recebimento dos familiares de pessoas desaparecidas para coletar o DNA e processá-lo. Não basta o familiar doar seu padrão genético, se a gente não tiver o processamento e a inserção disso no Banco Nacional de Perfis Genéticos [BNPG]”, ressalta Isabel de Figueiredo.
Para proceder a coleta, os familiares devem apresentar um documento de identificação e a cópia do boletim de ocorrência do desaparecimento, com número, estado de registro e delegacia. Deve também assinar um termo de consentimento para análise do material.
A coleta do DNA consiste em esfregar um cotonete na bochecha do familiar ou na retirada de uma gota de sangue do dedo do voluntário. O DNA somente será usado para a finalidade de encontrar parentes desaparecidos, garante o ministério.
Procedimento
As informações genéticas coletadas são inseridas no Banco Nacional de Perfis Genéticos e cruzadas com os dados de restos mortais humanos não identificados e, também, de material de indivíduos vivos com identidade desconhecida que estão, por exemplo, em hospitais, casas de repouso, abrigos e outras instituições de saúde e assistência social.
Caso o resultado seja positivo da comparação dos perfis genéticos do familiar com um perfil genético do banco, a instituição responsável entrará em contato com o doador.
Se a pessoa estiver viva, a família será informada sobre sua localização. Se o resultado for positivo para uma pessoa morta, a família será acionada para realizar os procedimentos legais. Se a pessoa desaparecida não for localizada, o banco de perfis genéticos continua a busca automaticamente, a cada atualização da base de dados.
“A gente imagina que a resposta vai ser imediata, mas a segurança continua trabalhando. É importante esse DNA ir para o banco, porque a gente alimenta um sistema que segue girando e, às vezes, quatro, cinco anos depois, dá a resposta que a gente não gostaria de ouvir, mas pelo menos nos dá uma resposta”, explica a diretora do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Isabel de Figueiredo, sobre os casos que há a confirmação do vínculo genético de familiares com desaparecidos.
Desfechos
Na segunda edição da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, em 2024, foram coletadas 1.645 amostras de familiares e, a partir da análise científica, foram identificadas 35 pessoas desaparecidas. Dessas, nove tiveram as suas histórias reunidas no caderno digital Transformando Números em Histórias, também lançado nesta terça-feira.
“Parece que foram poucos esses 35 casos resolvidos. Mas são 35 famílias que põem um ponto final em uma agonia, em um desaparecimento, em uma interrogação que impedia que elas pudessem viver dignamente”, ressalta o secretário do Ministério da Justiça, Mario Sarrubbo.
“A gente não está falando de números, mas de pessoas, de casos. A gente está falando de dores reais. Esse caderno traz um pouco dessas histórias para que a gente se lembre sempre que cada caso é um caso verídico, é uma dor real”, reforça Isabel de Figueiredo.
Um dos casos expostos na cerimônia de lançamento da publicação digital é do filho mais velho da servidora aposentada Glaucia Lira, de Brasília, que desapareceu há 12 anos, em 2013. Em 2021, ela e o marido coletaram sangue na edição da campanha de 2021. A confirmação do óbito do filho chegou quatro anos depois, em 2025. Apesar de não ser o desfecho que a mãe desejava, a identificação dos restos mortais do filho colocaram fim à espera familiar.
“Gostaria muito que tivesse terminado tudo diferente. Meu filho, infelizmente, não está mais aqui. Mas hoje, eu sei que ele está em um determinado local, o que aconteceu a ele. Eu tenho essas informações e esse trabalho é importante e precisa ser valorizado”, disse ao elogiar o resultado da primeira edição da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas.
Notícias
Projeto disponibiliza materiais históricos do Cais do Valongo, no Rio
A Justiça Federal lançou o projeto Valongo: Justiça pela Memória do Cais, uma iniciativa para dar visibilidade e disponibilizar ao público materiais sobre o Cais do Valongo, localizado na zona portuária do Rio de Janeiro. 

O local foi o maior porto escravagista do mundo, onde desembarcaram mais de 500 mil pessoas escravizadas. Hoje, o cais é reconhecido por lei como patrimônio histórico-cultural afro-brasileiro essencial à formação da identidade nacional.
Fazem parte da iniciativa o livro e a galeria digital Valongo: Justiça pela Memória do Cais, que podem ser acessados no site do projeto.
A galeria é composta por aquarelas feitas pela servidora Maria Clara Teixeira de Assis da Assessoria de Comunicação Social do Conselho da Justiça Federal (Ascom/CJF), que junto com textos históricos convidam o público a refletir sobre o passado escravocrata e o compromisso contemporâneo com a reparação histórica.
Já o livro traz a história do Cais do Valongo, desde a construção, em 1811, até o reconhecimento como Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em 2017.
O livro reúne pesquisa histórica, documentação arqueológica, análise cultural e reflexões sobre justiça, memória e reparação histórica. Ele pode ser baixado na íntegra no site.
O projeto inclui, ainda, um podcast com três episódios contendo entrevistas de historiadores, antropólogos e representantes da Procuradoria-Geral da República, do Instituto Cultural Palmares, da Defensoria Pública da União e do Instituto dos Pretos Novos.
De acordo com o CJF, a série apresenta uma narrativa aprofundada sobre a escravização no Brasil e o papel do Judiciário no combate às desigualdades históricas.
Todo o conteúdo estará disponível em um site criado exclusivamente para reunir as produções do projeto Valongo: Justiça pela Memória do Cais.
O projeto conta ainda com uma exposição que ficará aberta ao público de 20 de novembro a 19 de dezembro, na Galeria Cela do Centro Cultural Justiça Federal (CCJF), no centro do Rio de Janeiro. A visitação é gratuita, de terça a domingo, das 11h às 19h.
No último dia 19 foi feito um evento de lançamento, com a aula magna “Memória da Escravização: o papel da Justiça Federal para a reparação histórica”, ministrada por juristas e historiadores; a palestra “O impacto do protocolo para julgamento com perspectiva racial na efetividade da Justiça” e a conferência “Escravização: o papel da Justiça Federal na preservação da memória e na garantia de reparação”.
O evento está disponível no Youtube.
Cais do Valongo
Localizado na zona portuária do Rio de Janeiro, o Cais do Valongo foi o maior porto escravagista do mundo entre os séculos 18 e 19. Estima-se que entre 500 mil e 1 milhão de africanos escravizados tenham desembarcado ali antes de serem vendidos e levados a diferentes regiões do Brasil.
Redescoberto em 2011, durante as obras do Porto Maravilha, o Valongo foi reconhecido em 2017 como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e, em 2025, teve seu status reforçado pela Lei 15.203/2025, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o declarou patrimônio histórico-cultural afro-brasileiro essencial à identidade nacional.
O Cais do Valongo é considerado símbolo de dor, resistência e memória, além de ser um marco de consciência coletiva.
Economia
BRB diz que recuperou R$ 10 bilhões das carteiras com Master
Após a repercussão das investigações ligadas às supostas fraudes envolvendo o Banco Master, o Banco de Brasília (BRB) afirmou, em nota, nesta sexta-feira (21), que a instituição permanece com solidez.

Nas investigações da Polícia Federal, o BRB aparece com um das principais instituições que teriam comprado créditos falsos do Master.
“As carteiras atuais seguem padrão adequado, e o Banco permanece sólido e colaborando com as autoridades”, garantiu a instituição.
Em relação aos negócios com o Banco Master, o BRB ponderou que todo o processo de substituição de carteiras e adição de garantias, que é previsto em contrato, foi reportado e acompanhado pelo Banco Central.
A fraude
O BRB adquiriu, segundo as investigações, um total de R$ 12,7 bilhões em carteiras de crédito inexistentes do Master. A Operação Compliance Zero, deflagrada nesta semana pela Polícia Federal (PF), apontou que a fraude consistia em simular empréstimos em meio a negociações de carteiras de crédito com outros bancos. Entre eles, o BRB.
Na nota, o banco afirmou que dos R$ 12,76 bilhões negociados, mais de R$ 10 bilhões já foram “liquidados ou substituídos”. “E o restante não constitui exposição direta ao Banco Master”. O Banco de Brasília acrescentou que atua como credor nessa liquidação extrajudicial e que passou a reforçar controles internos.
Para reafirmar a ideia de solidez, o BRB divulgou que conta com mais de R$ 80 bilhões em ativos, mais de R$ 60 bilhões em carteira de crédito e registrou lucro líquido de R$ 518 milhões no 1º semestre”. A instituição teria contabilizado margem financeira superior a R$ 2,3 bilhões.
A instituição acrescentou que atende em 97% do território nacional e conta com 988 pontos físicos e liderança no crédito imobiliário no Distrito Federal.
Educação
Enem 2025: prazo para solicitar reaplicação de prova termina hoje
O prazo para solicitar a reaplicação de prova de um ou dos dois dias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2025 termina às 12h desta sexta-feira (21).

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) avisa que haverá apenas uma reaplicação do Enem.
Como solicitar
O pedido deve ser feito exclusivamente na Página do Participante no portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), com o acesso pela plataforma Gov.br, com o CAPF e senha cadastrados.
Para a análise, o participante deverá inserir um documento legível, em língua portuguesa, que comprove a condição que motiva a solicitação de atendimento, com a data que contemple o dia perdido de aplicação do Enem 2025.
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Situações
O edital de abertura do Enem prevê que o participante afetado por problemas logísticos durante a aplicação das provas ou acometido por uma das doenças infectocontagiosas no primeiro ou no segundo dia de aplicação das provas poderá solicitar a reaplicação do exame.
O direito à reaplicação é assegurado também a quem foi afetado por desastres naturais. É o caso dos inscritos confirmados, moradores de Rio Bonito do Iguaçu (PR), impactados por um tornado em 7 de novembro de 2025, um dos mais intensos já registrados no estado do Paraná.
O participante só poderá fazer as provas referentes ao dia em que ficou inviabilizado de realizar na agenda regular do exame.
Doenças infecciosas
De acordo com o edital do Enem 2025, o participante infectado por uma das doenças a seguir deverá solicitar reaplicação: tuberculose, coqueluche, difteria, doença invasiva por Haemophilus influenzae, doença meningocócica e outras meningites, varíola, varíola dos macacos (monkeypox), influenza humana A e B, poliomielite por poliovírus selvagem, sarampo, rubéola, varicela (catapora) ou covid-19.
Problemas logísticos
Para reaplicação, são considerados problemas logísticos que prejudicaram o solicitante fatores como: desastres naturais que comprometam a infraestrutura do local; falta de energia elétrica que comprometa a visibilidade da prova pela ausência de luz natural ou outro erro de execução de procedimento de aplicação.
Análise
Cada caso será analisado individualmente pela equipe do Inep. Somente a aprovação do documento comprobatório garante a participação na reaplicação do Exame.
Para os casos em que o pedido for aceito (deferido), as provas serão reaplicadas nos dias 16 e 17 de dezembro.
O inscrito fará a prova somente no dia em que sua participação foi inviabilizada no Enem.
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