A gestação gemelar ou gestação múltipla é quando a mãe gesta mais de um bebê simultaneamente, sendo o mais comum a gestação de gêmeos no útero feminino. “Relativamente comum, esse tipo de gestação pode causar medos e anseios e por isso são necessários alguns cuidados para uma gravidez saudável para a mãe”, afirma o Dr. Alfonso Massaguer, especialista em Reprodução Humana, da Clínica Mãe que aponta os fatores que contribuem para o aumento no número de gestações múltiplas:
Herança genética: quando a mãe tem histórico na famíli a de gêmeos, é maior a chance de gestação gemelar, principalmente quando o fator vem por parte da mãe da grávida;
Passado de gestação de gêmeos: mulheres que já tiveram filhos e, especialmente, aquelas que já tiveram gêmeos, têm maiores chances de uma nova gestação múltipla;
Idade: a partir dos 30 anos de idade a mulher produz mais hormônios que estimulam a ovulação, portanto, existe maior chance de liberação de mais de um óvulo;
Influência medicamentosa: alguns remédios podem contribuir ao desenvolvimento desse tipo de gestação, geralmente usados em tratamentos de fertilização, já que estimulam a produção de óvulos;
Fertilização “in vitro”: tratamento que transferem mais de um embrião ao útero da mulher aumentam as chances de gestação de gêmeos ou mais.
Quais os tipos de gestação gemelar
É comum acharmos que irmãos gêmeos são sempre iguais, contudo, existem vários tipos de gestação gemelar, cada qual com suas características:
Monocoriônica e monoamniótica: neste caso os nenéns dividem uma mesma placenta e bolsa gestacional, resultando em irmãos necessariamente idênticos;
Monocoriônica e diamniótica: existe uma placenta, mas duas bolsas gestacionais, também com o nascimento de crianças iguais;
Dicoriônica e diamniótica: são duas placentas e duas bolsas gestacionais e as crianças podem ou não ser idênticas.
Os chamados bebês univitelinos representam 20% dos gêmeos e são aqueles idênticos, enquanto em 80% dos casos temos crianças bivitelinas.
Riscos e cuidados dessa gestação
A gestação gemelar pode apresentar riscos à mãe e às crianças.
A grávida pode sofrer diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, anemia, aborto espontâneo, parto prematuro e descolamento prematuro da placenta, ao passo que os nenéns podem sofrer Síndrome da Transfusão Feto-Fetal, além da restrição de crescimento uterino.
Alguns cuidados, portanto, são importantes, como:
Evitar ingestão de bebidas alcoólicas e não fumar;
Siga religiosamente o cronograma de seu pré-natal;
Procure imediatamente ajuda médico caso haja sangramentos, aumento de pressão e outros indicativos de mal-estar;
Fique em repouso;
Tenha uma alimentação balanceada para garantir o fornecimento de nutrientes aos nenéns;
Pratique exercícios físicos moderados, como caminhadas, hidroginástica e yoga.
O aumento deve ter relação com a adiamento da maternidade pelas mulheres e com tratamentos para engravidar, como o estímulo da ovulação, que faria muitas mulheres ovulares de mais de um óvulo.
Gestação gemelar e fertilização “in vitro”
Justamente para amenizar a alta incidência de gestações múltiplas, o Conselho Federal de Medicina recomenda um número máximo de transferência de embriões de acordo com a idade da mãe:
Até 35 anos: máximo de 2;
De 36 a 39 anos: máximo de 3;
Mais de 49 anos: até 4.
” A gestação gemelar pode ser um desafio, mas com cuidado e acompanhamento médico não apresentará riscos à saúde da mãe e seus bebês”, finaliza o Dr. Alfonso Massaguer.
O mais seguro para mãe e bebê é evitarmos gestações múltiplas. Recomendamos e buscamos sempre a gravidez de apenas um bebê, que trará maior segurança para todos.
Atualmente em um tratamento de fertilização in vitro indicamos usualmente a transferência de apenas um embrião. Onde conseguimos boa taxa de gravidez e maior segurança para a gravidez e parto.