App de transporte que atua apenas com motoristas mulheres e exclusivamente para o público feminino é alternativa segura
Estamos no Agosto Lilás, mês de conscientização e enfrentamento da violência contra a mulher, que teve origem na Lei Maria da Penha, que completa 17 anos em 2023. Os dados demonstram o quanto o assunto é urgente e precisa ser discutido amplamente: só no estado de São Paulo, segundo a Secretaria de Segurança Pública, no primeiro semestre de 2023 foram registrados 1362 casos de estupro, contra 1268 no mesmo período do ano passado, um aumento de quase 8%.
A violência contra a mulher tem várias formas, tipos e transita por muitos lugares, como os carros de transporte por aplicativo, por exemplo. A atriz e influencer Júlia Gomes contou em suas redes sociais sobre um momento de tensão vivido recentemente durante um percurso no Rio de Janeiro.
Segundo Júlia, o motorista parou em um determinado ponto do trajeto que fazia, mexeu rapidamente no porta-malas, voltou de máscara e ela começou a sentir um cheiro forte dentro do veículo, que quase lhe provocou um desmaio. Instantes antes de perder os sentidos, Júlia conseguiu sair do carro e pediu ajuda em um estabelecimento próximo do local. Um caso semelhante aconteceu com a apresentadora Bárbara Coelho no ano passado, quando quase foi dopada e escapou por pouco.
E foi depois de uma história de violência sofrida também em um transporte de aplicativo, em 2016, que a empresária Gabryella Corrêa, resolveu criar o app Lady Driver, startup que só opera com mulheres no volante e como passageiras. “Passei por um caso de assédio quando estava a caminho de um bar para encontrar minhas amigas e desde então percebi que esse era um problema comum enfrentado por várias mulheres”, explica.
Hoje, o que era uma dor se transformou no maior aplicativo de mobilidade urbana do país só para mulheres já com 97 mil motoristas cadastradas.
“Eu cheguei a estudar o assunto e vi uma pesquisa que apontava que 97% das mulheres já sofreram algum caso de assédio nos diversos meios de transporte público ou privado e que mais da metade delas, não se sentem seguras ao utilizar ônibus, trens ou metrô. Esse é um tipo de violência contra a mulher muito mais comum do que a gente imagina e que tem que ser combatido urgente”, diz.
Histórias como a de Júlia, de Bárbara e de Gabryella são comuns e frequentemente contadas por passageiras que hoje são usuárias da Lady Driver justamente por buscarem mais segurança.
O app que começou a operar inicialmente em São Paulo e, aos poucos, conquistou outras praças e regiões do país, atualmente está presente em mais de 50 cidades como Belo Horizonte, Cuiabá, Teresina e Rio de Janeiro.
Lady Driver – App de transporte particular urbano que conecta mulheres, motoristas e passageiras
A Lady Driver está no mercado desde 2017 e surgiu pela necessidade de aumentar a segurança nesse tipo de transporte após um caso real de assédio.
Hoje, a empresa está em mais de 50 cidades brasileiras, tem 97 mil motoristas mulheres cadastradas, sendo 52 mil só na cidade de São Paulo.
Além do serviço de mobilidade urbana, a startup também oferece agendamentos para transporte de crianças acima de 8 anos, a Lady Kiddos, e de idosos, a Lady Care.
A Lady Driver baseia-se em dois pilares: a segurança de motoristas e passageiras e a independência financeira feminina. Para isso, investe constantemente em melhorias e monitoramento da plataforma, além de treinamentos contínuos para as motoristas cadastradas.