Com mais de 15 anos de atividade rural e cerca de 50 funcionários, Agropecuária Scapucim, localizada em Pinharas, no estado de Goiás, teve seu pedido de recuperação judicial deferido na última semana. Com R$ 66 milhões em dívidas, o grupo focado na produção de soja, milho e gado de corte, alega a queda do preço da soja e queda da arroba do Gado como principais pontos de sua crise, além da alta dos juros dos últimos 12 meses que fez a dívida chegar a níveis impagáveis.
Com reestruturação e recuperação judicial coordenadas pelo escritório Glaucia Brasil Advocacia e empresa Quist Investimentos, Scapucim terá juros médios de CD e mais 10% ao ano, atualmente chegando a mais de 24% ao ano. Entre os principais credores desta RJ estão Banco Bradesco, Banco do Brasil, Banco Safra, Banco Santander, entre outros.
Para Glaucia Brasil, advogada do caso, “a queda da soja de 160 chegando a R$100, trouxe inúmeros problemas para produtores como esses, inclusive a nossa demanda cresceu abruptamente nos últimos três meses”.
De acordo com Douglas Duek, CEO da Quist Investimentos, existem diversas alternativas de reestruturação sendo planejadas. “Inclusive o grupo já conversa com investidores para facilitar a próxima safra, inicialmente o grupo deve pedir um longo prazo para pagar essas dívidas, de forma que caiba no bolso”, destaca.
Ainda de acordo com Douglas, o nível de juros altos encontrados pós-pandemia está inviabilizando diversas operações, impossibilitando a empresa de pagar um contrato que foi acordado anos passados com juros atuais”.