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Adriana Rabelo reestreia VISITANDO CAMILLE CLAUDEL

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Foto de João Mario Nunes
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Quase vinte anos após percorrer diversas cidades do Brasil, a atriz Adriana Rabelo volta a encenar “Visitando Camille Claudel’, um drama que conta a história da escultora francesa que, apesar de se passar entre o final do século XIX e início do XX (1864–1943) traz temas que continuam dolorosamente atuais. Igualdade de gênero, saúde mental, o reconhecimento da mulher no mercado de trabalho, luta antimanicomial. Esses são debates que ainda precisamos ter, diz a atriz que recebe o público com um monólogo de reflexões profundas.

Levar Visitando Camille Claudel ao palco do Teatro Laura Alvim no ‘Ano do Brasil na França e da França no Brasil’, um marco histórico de intercâmbio cultural entre os dois países, deixa essa reestreia ainda mais significativa. “Visitando Camille Claudel’ não trata de apenas contar uma história, é provocar reflexão, mostrar como esse machismo estrutural, que destruiu a vida de Camille no século XIX, ainda ecoa nas dificuldades que as mulheres enfrentam hoje para serem respeitadas e reconhecidas em suas carreiras e escolhas, é um lembrete de que, mesmo hoje, as vozes femininas ainda precisam lutar para não serem silenciadas.

A peça que estreou em 2006 tem ainda um significado muito especial para a atriz mineira, pois foi assistindo à filha em uma apresentação em Betim, MG que o pai entendeu e aceitou a escolha profissional de Adriana, que saiu de casa aos 22 anos em busca de realizar seus sonhos. A atriz ainda se emociona quando lembra da frase do pai depois de assisti-la, dizendo que ela “era boa de serviço e que nem a tinha reconhecido na personagem”. “Foi um dos momentos mais gratificantes na minha carreira, a coisa mais linda que já escutei”, fala emocionada.

A atriz reflete também sobre seu processo terapêutico e conta que depois de cinco anos ininterruptos de terapia, voltar agora é como revisitar Camille com um novo olhar. O olhar de uma outra mulher, outra artista. Essa volta não é apenas uma retomada do espetáculo, mas a estreia de uma nova versão de si mesma.

A peça, que tem texto e direção de Ramon Botelho, produção de Carangola Produções e Rotunda e Bambolina estreia dia 04 de abril e fica em cartaz até o dia 27 de abril, sempre às sextas e sábados, às 20h e domingo, às 19h. Todo final de semana haverá um debate após a apresentação com profissionais da área de saúde mental.

Dia 05, Pedro Cattapan, psicanalista e professor da UFF e UFRJ e autor do livro “Psicanálise, Criatividade e Depressão”;

Dia 12, Noélli Santiágo, terapeuta, mentora, criadora da Terapia Cosnciencial;

Dia 19, Mirna Portella, escritora, roteirista, autora do livro ” Sutilezas do Patriarcado”;

Dia 26, Neyza Prochet, Mestre e Doutora em Psicologia Clínica pelo Instituto de Psicologia da USP, membro efetivo do Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro.

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