Irregularidades na prestação de contas continuam sendo um dos principais desafios enfrentados pelos condomínios brasileiros. Embora a legislação determine transparência, organização e acesso às informações, muitas administrações ainda cometem falhas que podem gerar riscos financeiros e jurídicos.
Uma das práticas mais comuns é a falta de documentos comprobatórios. Notas fiscais, contratos, orçamentos e relatórios de serviços, quando não apresentados de forma sistematizada, comprometem a clareza exigida por lei. Esse problema costuma se intensificar no fim e no início do ano, período marcado por renovação de contratos, manutenções emergenciais e decisões administrativas tomadas sem registro adequado.
Outro ponto recorrente é a execução de despesas fora do orçamento aprovado em assembleia. Ao ultrapassar o limite orçamentário sem justificativa técnica ou autorização formal, o síndico excede suas atribuições legais. A situação é ainda mais frequente em condomínios sem planejamento de manutenção preventiva, que acabam enfrentando infiltrações, falhas elétricas e outros problemas típicos da estação chuvosa.
A demora ou retenção de informações financeiras também configura irregularidade grave. Impedir ou dificultar o acesso a extratos, contratos e relatórios viola o direito de fiscalização dos condôminos e aumenta a desconfiança sobre a gestão.
Outro fator crítico é a ausência de indicadores de desempenho e de ferramentas mínimas de controle financeiro, o que inviabiliza a apresentação de contas de forma clara, compreensível e auditável.
Segundo Leo Moreira, especialista da ACorporate, a solução passa pela profissionalização do setor. “A falta de método e de transparência ainda é muito comum na gestão condominial. Quando o condomínio adota processos técnicos, tecnologia e documentação rigorosa, os conflitos diminuem e a prestação de contas deixa de ser um problema,” afirma.
A experiência da ACorporate reforça que uma administração estruturada, técnica e devidamente documentada é fundamental para proteger o patrimônio coletivo e garantir o cumprimento das obrigações legais.