O sol ainda banhava o Terreiro de Jesus quando João Almeida mostrou ao público porque é chamado de “o autêntico forrozeiro”. Acompanhado de uma sanfona afinada, triângulo tornado, zabumba marcante, metais e muitos outros músicos no melhor estilo big band, fez uma praça que já estava cheia cantar e dançar acompanhando as quatro bailarinas do grupo, contagiando a todos com sua energia.
Com uma voz potente, Ellen Wilson, vestida com traje típico de quadrilha, foi a segunda atração da noite. E começou emocionado com “De Volta pro Meu Aconchego” de Dominguinhos e Nando Cordel, imortalizado por Elba Ramalho. O repertório de forró dançante foi a base de um show que equilibrou força e delicadeza. Sucessos como “Esperando na Janela”, de Gilberto Gil e “Espumas ao Vento”, de Flávio José e “Xote das Meninas”, de Luiz Gonzaga, foram entoados em coro. Esta última, com direito à atualização pro mundo digital “ela só quer, Instagram e celular”.
Quando a noite caiu, o Swing do T10 comandou o palco, trazendo o PagoFunk para o arraial. O público não perdeu a oportunidade de suingar.
O forró voltou com Dom de Sonhar, que retomou clássicos como “O Cheiro da Carolina”, de Luiz Gonzaga indo até “Erro Gostoso”, de Wesley Safadão. Forró do Souza emendou com muito da essência junina. O público pulou com “Pagode Russo” e arrastou pé pedindo respeito a “Januário”; dois dos maiores sucessos de Luiz Gonzaga. Mas a onda que levou todos a cantar a plenos pulmões veio com uma homenagem ao reggae de Edson Gomes, com “Perdido de Amor”.
Dai trouxe duas bailarinas com um molejo de tirar o fôlego, pra meter dança. A artista esbanjou sensualidade com seu pagodão com tempero de trap – o pagotrap – convidou todo mundo a descer até o chão num show carismático e impactante. Mas também colocou forró no repertório, mas com arranjos do seu estilo. Interpretou releituras de “Riacho do Navio”, “Xote das Meninas” e, claro, “Carolina Vai pro Chão” com muita quebradeira.
Retomando o fôlego, o público foi abraçado pelo A2 do Xote, que começou desejando “Deus me Proteja”, de Chico César. A banda de Camaçari adicionou flauta ao São João, em canções como “Forró no Escuro”, de Gonzagão.
O palco em frente à Catedral Basílica sentiu o peso do mais ilustre filho de Piritiba. Wilson Aragão fez um lindo show, com baião e uma seleção do melhor do forró, incluindo “Ai, Que Saudade D’Ocê”de Vital Farias.
Já era domingo quando Zeo Lobo e Alcateia mantiveram os forrozeiros dançando e cantando.
Com praça cheia, atrações volantes circularam abrindo mar de gente
Ao redor da praça, Fred Menezes, no seu Rixô Elétrico, voltou a puxar gente de todas as idades com sucessos como “Rindo à Toa”, do Falamansa. O Furgão Elétrico recebeu a banda Dipareia, com os três instrumentos mandatários do forró aumentados com violão e agogô.
Na Rural Elétrica, mais forró, com Robson Jaltro. A inclusão é a marca do Terreiro: turistas, jovens, cadeirantes, crianças pequenas, idosos e quem mais vier tem tranquilidade pra dançar e viver o seu São João. O microtrio Garampiola rodou com forró, xote e xaxado, com canções como “O Canto da Ema” de João do Vale.
Este domingo (25) será o quarto e último dia de arraiá no Centro Histórico este ano. No Terreiro de Jesus, vão se apresentar Forró Resfulengo, Lila Sales, Pedro Sampaio, Lya Domingues, Márcia Castro, Joy Mattos, Lys, Melaço de Cana e Reynaldo Barbosa.
A Rural Elétrica, micro trio Garampiola, Rixô Elétrico e Furgão Elétrico voltam a circular, além dos grupos de samba.
O São João da Bahia no Pelourinho é uma realização do Governo do Estado da Bahia por meio da Sufotur – Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia – e tem o patrocínio da Loterias Caixa.
Fotos: @r5produtora
