Os primeiros 100 dias do novo mandato de Donald Trump confirmam a implementação de uma agenda migratória mais restritiva, caracterizada por deportações, barreiras à concessão de vistos e maior controle sobre os processos de entrada e permanência nos Estados Unidos. A retórica da “América segura” reacendeu discussões sobre os limites legais e éticos das políticas migratórias do país.
Na prática, o retorno da política de “tolerância zero” na fronteira sul — voltada para imigrantes que cometem crimes e não estão regularizados —, o aumento das operações do ICE e as novas restrições a certos tipos de vistos dificultaram processos ilegais de imigração. No entanto, imigrantes qualificados, especialmente aqueles com habilidades especializadas ou investidores, continuam sendo bem-vindos. Nesse contexto, o Gold Card se destacou como uma opção mencionada ao longo dos primeiros 100 dias de governo, sendo visto pela administração Trump como uma alternativa que proporciona maior estabilidade e acesso a novas oportunidades nos EUA.
O advogado Dr. Vinicius Bicalho, fundador da Bicalho Consultoria Legal e membro da American Immigration Lawyers Association (AILA), observa que, apesar dos desafios, o cenário não é desesperador. Segundo ele, houve um aumento de 145% na demanda por serviços jurídicos de imigração em comparação com o mesmo período do ano anterior — especialmente entre profissionais qualificados. Para Bicalho, esse crescimento reflete um movimento coerente com a postura mais seletiva da atual gestão, que favorece imigrantes com perfis alinhados às demandas estratégicas do país.
Para o especialista, o planejamento estratégico e o apoio técnico são essenciais para todos os imigrantes que buscam regularização e vistos para entrada nos Estados Unidos. “Um processo bem conduzido pode garantir oportunidades definitivas, mesmo em tempos de incerteza”, ressalta.