Saiba por que é tão importante que o bebê faça a avaliação orofacial?

Você já ouviu falar da Avaliação do Frênulo da Língua em bebês? Obrigatório no Brasil desde 2014, esse teste é utilizado em todas as maternidades do Brasil, fazendo parte dos procedimentos feitos nas primeiras 48 horas de vida do bebê. É lá que ele recebe o primeiro cuidado com a atenção orofacial através do teste da linguinha, que foi incorporado ao SUS (Sistema Único de Saúde) através da lei n.13.002/2014, fazendo parte do exame físico, cujo objetivo é permitir o diagnóstico precoce de limitações dos movimentos linguais. “A limitação desses movimentos gera desequilíbrio em todo o sistema estomatognático da criança, como a sucção, a mastigação, a deglutição e até mesmo a fala”, afirma a Dra. Andressa V Robes, cirurgiã dentista do CER/Ambulatório de Dedficiências das Casas André Luiz (SP), professora de pós-graduação da FAOA (Faculdade de Odontologia da Associação Paulista dos Cirurgiões-dentistas), odontopediatra, especialista em odontologia para pacientes com necessidades especiais, além de parceira voluntária da campanha Sorrir Muda Tudo.

Associada ao exame do frênulo lingual, é recomendada a avaliação da mamada, visto que uma anomalia na língua pode levar o recém-nascido a ter dificuldades na pega, que pode causar fissuras mamárias na mãe e dificuldades de ganho de peso do bebê. Esses fatores contribuem para o desmame precoce. “Por isso, enquanto o bebê está sendo amamentado é muito importante verificar a anatomia e a força de sucção dele”, orienta a especialista.

Melhora na qualidade de vida

A avaliação orofacial em bebês mostra as possibilidades de melhorar a qualidade de vida deles, através de consultas preventivas, com ações educativas e interventivas. “Nesta fase podemos checar se existe alguma predisposição de anomalias, alterações e limitações de face, e atuar precocemente”, afirma a odontopediatra.

Através de análises como medidas de simetria, estruturas e de funções, a avaliação orofacial em bebês previne futuras anomalias geradas por intervenções que poderiam ser minimizadas na primeira infância”, afirma. “O acompanhamento do desenvolvimento orofacial por profissionais visa estabelecer uma harmonia global das estruturas e funções, estabelecendo desta forma melhorias, prevenindo e educando adultos saudáveis no futuro. Dessa forma, promovemos a saúde bucal, motivando e orientando à prática de hábitos saudáveis”, considera a odontologista.

Língua presa

O teste da linguinha é um procedimento muito utilizado para a detecção da anquiloglossia, uma alteração no tecido que se estende da língua até a cavidade inferior da boca. Essa anomalia pode levar a chamada “língua presa”. Esse problema prejudica tanto a amamentação como a deglutição, por causa da dificuldade de sucção, além de outros movimentos da língua. Com isso, a criança pode perder peso, por não conseguir sugar o leite materno, mas também pode afetar outras áreas, causando dificuldade no desenvolvimento da fala, já que a comunicação fica comprometida, se o quadro não for tratado adequadamente.

A língua presa também pode acarretar problemas para a mãe do bebê. Sem conseguir extrair o leite e continuar com fome, a criança acaba prolongando o período de amamentação, deixando os seios mais vulneráveis a rachaduras e feridas, além de outras inflamações e infecções das mamas.