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60 anos do golpe 1964: um passado ainda presente

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Golpe de 64: o que podemos relacionar com o cenário político atual do Brasil?
Golpe de 64: o que podemos relacionar com o cenário político atual do Brasil?
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*Por Raphael Medeiros

No último dia 01 de abril, data também conhecida como “Dia da Mentira”, O Brasil completou 60 anos do golpe civil empresarial militar, e como data, o ocorrido resguarda um fato curioso: na época, os militares tentaram transferir a data para celebrar o golpe no dia anterior (31 de março), justamente para evitar a associação irônica com a data. Porém, o que devemos destacar é que, de fato, a mentira fez parte desse período por meio da censura imposta pela ditadura, além da perseguição, tortura e morte de seus opositores com a famosa justificativa falaciosa da “ameaça do comunismo”.

Com um salto no tempo, o que podemos relacionar com o cenário político atual do Brasil?

“60 anos do golpe 1964-2024: sem memória não há futuro” – Esse seria o nome do evento organizado pelo governo para relembrar as vítimas da ditadura, evento que o presidente Lula pediu para ser cancelado, justificando que devemos “deixar o passado para trás e agora temos que olhar para frente”.

Freud, conhecido como “pai da psicanálise”, desenvolveu o conceito de Recalque para os traumas de um indivíduo, como uma autodefesa utilizada para ignorá-los. Porém, sendo algo mal resolvido, o retorno do recalcado reaparece novamente de uma forma diferente em sua vida. Como um paralelo, Marx em “18 de Brumário de Luís Bonaparte” definiu que: “A história se repete, primeiro como tragédia e depois como farsa”. Relacionando esses autores, podemos ver que tanto no pessoal quanto no social, o apagamento histórico é responsável pelas adversidades do presente (ou poderá vir a ser um dia).

No caso específico da História do Brasil, isso remonta desde seu início com uma abolição da escravidão que não proporcionou reparação histórica e igualdade de direitos às pessoas escravizadas, fato que molda as consequências sociais e raciais no racismo estrutural presente ainda hoje. Com respeito à memória da Ditadura civil-militar, a ausência de punições efetivas aos torturadores e a falta de uma reforma nas forças armadas permitem que retornem ao cenário político, como no dia 08 de janeiro de 2023 em uma nova tentativa de golpe contra a democracia brasileira, porém desta vez fracassada.

Assim como em 1964, hoje se faz necessário reivindicar justiça sem possibilidade de anistia aos responsáveis por atentar contra a soberania nacional e a nossa democracia popular. Por fim, parafraseando o historiador Peter Burke: “A função do historiador é lembrar a sociedade daquilo que ela quer esquecer”, ou nesse caso, lembrar aquilo que até mesmo o governo pretende esquecer.

*Raphael Medeiros é historiador e estudante de Pedagogia.

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